Quando tocar Lua de Cristal neste sábado (26), no Xuxa Xou, no Gigantinho, lágrimas devem começar a escorrer nos rostos de fãs da eterna Rainha dos Baixinhos. Alguns deles falaram a Zero Hora sobre a expectativa para o reencontro e como a canção lançada em 1990 marcou suas vidas.
Xuxa, além dos programas de TV e dos shows que animaram a infância de muita gente nas décadas de 1980 e 1990, também costumava, ao final do ano, participar da Chegada do Papai Noel no Estádio Beira-Rio. Relembre algumas dessas histórias.
A grande descoberta
Para Paulo Júnior, 25 anos, Xuxa tem um importante significado na história da sua vida. Fã desde que se "entende por gente", o jovem de São Leopoldo sempre sonhou em conhecer a cidade natal de Xuxa, Santa Rosa, e seu coração bateu mais rápido com uma revelação dada por sua mãe, no ano passado: descobriu a existência de sua irmã por parte de pai, Kendra, que vive na mesma cidade de sua musa inspiradora.
— Combinei com meu pai e fomos até Santa Rosa, de surpresa, para conhecer minha nova irmã mais velha. No mesmo dia, ela fez questão de me levar até a casa da Xuxa — relembra Paulo.
Ainda sem ter a oportunidade de conversar com a artista, ele sonha em contar esta coincidência para Xuxa.
— Apenas ouço comentários de algumas pessoas que já a conheceram, dizendo o quanto ela é querida e cheirosa (risos).
Paulo lembra que muitos de seus aniversários tinham Xuxa na trilha sonora e sua primeira ida ao cinema foi para conferir Xuxa Popstar, em 2000. As expectativas para o show são as maiores possíveis:
– Acho que, se em algum momento a Xuxa pecou, foi por demorar para voltar para casa, no Estado dela.
Febre de Xuxa
"Durante duas horas, o Gigantinho se transformou em um grande salão de festa de aniversário infantil". Na edição de ZH do dia 26 de setembro de 1994, assim foi descrita a passagem de Xuxa pela Capital. Algumas das performances da artista ocorriam também no Natal, na esperada chegada do Papai Noel no Beira-Rio. Naquele período, cada vinda de Xuxa era uma sessão de súplica para Carina Pérez, hoje com 34 anos. Ela lembra que nos eventos natalinos com Xuxa, em 1989 e 1990, os pais não queriam levá-la.
— Chorei tanto que me deu até febre. Lembro da minha mãe me colocando embaixo do chuveiro com água fria pra me acalmar. No final, ninguém me levou no show, mas minha vizinha que foi me deu uma bandeirinha verde com a inscrição Xou da Xuxa, que guardei por anos — conta a fã, que agora terá a primeira oportunidade de ver Xuxa de perto.
Plantão no aeroporto
Cristiana Souza, 41 anos, já teve a chance de ver Xuxa de perto e pegar um autógrafo. Em uma das vezes, ficou por horas no aeroporto, após saber que a artista viria para a cidade, em 1994.
— Tenho um postal dela desse dia, porque eu vi no jornal, nem almocei direito e fui para o aeroporto esperá-la. Como sempre tinha o ônibus a aguardando, fiquei bem na porta, do lado do segurança. Ela percebeu, pegou um postal da minha mão e o autografou — recorda Cristiana, que lembra também que deixava seus pais "enlouquecidos" com seu vício, na infância, de tentar copiar o o visual de Xuxa.
Imitação não vale
Allan Paz Gonçalves, 30 anos, guarda uma lembrança divertida de sua paixão por Xuxa. Com a vontade de conhecê-la de perto, mas sem oportunidade, sua mãe tentou levá-lo para o show de uma imitadora da artista, em 1997.
— Minha mãe pensou que eu acharia que era a verdadeira. Foi um chororô porque eu sabia que aquela não era a minha Xuxa — diverte-se.
Integrante do fã-clube Todos Somos Um, Allan divide a expectativa de ver a apresentação deste sábado com Felipe Nopes, 37, de Santa Cruz do Sul, que é o líder do grupo de admiradores. Segundo Felipe, a cantora traz uma mistura de alegria e ansiedade:
— A Xuxa significa pra mim um amor incondicional, que é difícil explicar em palavras. É uma pessoa do bem, que sempre me transmitiu coisas boas, que me faz feliz cada vez que a vejo na TV, que me faz esquecer os problemas.
Olhar fulminante
Muitos fãs sonham chegar a trocar palavras com seus ídolos. Lidiane de Oliveira David, 38 anos, lembra que fez uma abordagem mais "ousada". Em 1994, aos 13 anos, na saída do show na Capital, a produção fez um cordão de isolamento para a artista passar.
— Quando a Xuxa finalmente me deu a mão, eu puxei muito forte e ela me olhou dizendo: "Ai!". Conto essa história com uma certa vantagem, porque tive certeza que ela me olhou, brava, mas me olhou — conta, aos risos.
Lidiane fala sobre a expectativa de rever a "fada madrinha" que a tirava da solidão nas manhãs diante da TV:
— Sei que vou chorar bastante, é como se eu fosse criança novamente.
Por ser negra, Lidiane destaca que sempre foi muito criticada por seu sonho de ser paquita de um grupo cover de Xuxa em seu bairro, na adolescência.
— Minhas amigas me defendiam muito. Naquela época, eu não imaginava, mas hoje eu sei que isso fortaleceu muito a minha autoestima.
Caravana rumo ao Gigantinho
Natural de Itaqui e morador de Caxias do Sul há 12 anos, Luiz Varela Neto, 31, herdou o amor por Xuxa de suas irmãs mais velhas. Ele considera a cantora como "um gatilho para ser quem era", não importando as barreiras. Como nunca teve a chance de ver ela de perto, fez questão de se preparar para o show na Capital assim que foi anunciado:
— Eis que no dia que abriram a venda dos ingressos, eu estava no aplicativo para comprar o bendito ingresso às 5h da manhã. Por sorte e apoio do meu marido, conseguimos primeira fila, pensa na felicidade. Ao compartilhar minha conquista, me surpreendi com a quantidade de pessoas fazendo relatos emocionados sobre a fase em que a Xuxa marcou a vida delas.
Assim, Luiz decidiu organizar uma caravana com quase 20 pessoas de Caxias para a Capital, com direito a camisetas personalizadas e videoclipes de Xuxa nas telas do micro-ônibus durante o percurso.
– A Xuxa significa despertar o melhor de nós mesmos, sermos quem somos de verdade e não ter medo. Ela foi e sempre será, para mim, um símbolo de coragem, liberdade e autenticidade — afirma Luiz.
"Xuxa Xou” em Porto Alegre
- Sábado, às 19h.
- Abertura dos portões: 17h.
- Ginásio Gigantinho (Av. Padre Cacique, 891).
- Ingressos: R$ 200 (arquibancada leste e oeste), R$ 550 (cadeira prata leste e oeste), R$ 700 (cadeira ouro) e R$ 800 (cadeira platinum).À venda no site uhuu.com (com taxas) e nos pontos de venda físicos: Hits Store do Praia de Belas Shopping (Av. Praia de Belas, 1.181) e bilheteria do Teatro do Bourbon Shopping Country (Av. Túlio de Rose, 80).