Slash é o rockstar definitivo. Tem a autossuficiência carismática, a sensualidade envelhecida e o talento que cobre, ao mesmo tempo, a aura underground que o gênero exige e a abrangência ampla inerente a um astro de massa. Some-se à postura o fato de ser ele o criador de alguns dos riffs mais emblemáticos da história do rock e um dos personagens mais bem acabados da cultura pop e o show desta terça-feira (21), às 21h, no Pepsi On Stage (Av. Severo Dullius, 1.995), ao lado de Myles Kennedy & The Conspirators, torna-se um evento que transcende a música. Ainda há ingressos de pista, no segundo lote, a R$ 150 – com direito a promoção de quatro ingressos por R$ 300.
Em sua quarta passagem pela Capital — apresentou-se em carreira solo em 2012 e 2015 e, com os Guns N’ Roses, em 2016 —, o guitarrista de cabelos volumosos, óculos escuros Ray-Ban e cartola preta deve apresentar um show repleto de músicas do novo álbum, Living The Dream, seu quarto disco solo e o terceiro com Myles Kennedy, agora seu vocalista oficial, e os Conspirators, espécie de banda de apoio formada por Brent Fitz (bateria), Todd Kerns (baixo e vocais) e Frank Sidoris (guitarra e vocais). Porto Alegre abre a turnê nacional, que segue para Florianópolis (22/5), Curitiba (24), São Paulo (25), Uberlândia (27), Brasília (29), Recife (1º/6) e Fortaleza (3/6).
Devem estar lá The Call of the Wild, Driving Rain, Serve You Right e My Antidote. Faixas de Slash (2010, ainda oficialmente sem Myles Kennedy & The Conspirators), Apocalyptic Love (2012) e World On Fire (2014) devem completar o setlist – que, se muito, terá uma única música dos Guns N’ Roses: Nightrain, do clássico Appetite for Destruction (1987). Questionado sobre a ausência de hits oitentistas, o guitarrista tem dado uma justificativa dupla: já são quatro discos solo, que oferecem um repertório amplo, e os Guns N’ Roses voltaram a sair em turnê, o que oferece aos fãs de Axl Rose e sua turma uma oportunidade real de ouvir essas músicas ao vivo. Slash, de fato, parece bastante satisfeito de tocar ao lado dos novos companheiros:
— Andamos para a frente. Tem sido ótimo trabalhar com eles desde 2010, todos são ótimos instrumentistas e melhores ainda como pessoas. É muito divertido, porque é simples. Fazemos rock ‘n’ roll e fazemos bem — diz em entrevista a ZH, por telefone.
“Rock é a ovelha negra novamente, e isso é bom”
Sobre a nova fase da carreira, em que já se encontra há quase uma década, Slash diz que empolgação e diversão ainda são elementos presentes. E, por isso, não passam por seu planejamento expressões como renovação ou ousadia. É do bom e velho rock ‘n’ roll que estamos falando.
— Quando peguei uma guitarra pela primeira vez, me disseram para não tocá-la. Não havia muitos guitarristas e, em 1980, era tido como um instrumento morto, apesar de todas aquelas bandas de metal. Mas a verdade é que elas estão sempre lá. Gosto do lugar onde o rock está atualmente, em que o pop contamina todos os gêneros com seu filtro. O rock é a ovelha negra, e quem está tocando rock atualmente o faz pela paixão. É a primeira vez em muito tempo que não há dinheiro, não há fama, só o amor pela música.
Daqueles amantes típicos do rock, Slash evita, no entanto, usar o gênero como forma de protesto ou discurso. Não fala sobre Trump (“não vou opinar sobre ele”) e evita traçar panoramas sobre tendências políticas, seja nos Estados Unidos ou no Brasil. Fala, isso sim, sobre o antigo parceiro Michael Jackson (1958-2009) – com quem gravou faixas do disco Dangerous (1991), no auge da fama do Rei do Pop, recentemente protagonista do documentário Deixando Neverland, que trata das acusações de pedofilia contra o cantor.
— Ele era um artista incrível, uma pessoa muito alegre para se trabalhar junto. Um desses artistas que têm uma habilidade dada por Deus. Você não tinha como não ficar completamente boquiaberto com seu talento – diz.
Amantes do rock, simpatizantes do som da guitarra ou mesmo admiradores do Guns N’ Roses irão se juntar nesta terça (21), mais do que para ver a apresentação do novo disco de Slash, para celebrar a carreira de um dos grandes personagens da música mundial. E, se a tendência se confirmar, Slash deve voltar a Porto Alegre em breve com músicas inéditas:
— Escrevo na estrada, estou sempre dedilhando um violão e gravando essas ideias no meu celular. Tentei fazer turnê com um laptop cheio de softwares de produção, mas daí é demais.
Slash
Terça-feira (19), às 21h. Pepsi On Stage (Av. Severo Dullius, 1.995)
Ingressos: R$ 150 (pista, em segundo lote), R$ 320 (pista premium, em segundo lote) ou, em promoção, R$ 300 (quatro ingressos de pista), à venda na Multisom Andradas (Rua dos Andradas, 1.001) e pelo site blueticket.com.br.