O Grammy, que ocorreu no último domingo (10), levou a um crescimento expressivo no número de ouvintes das músicas das cantoras premiadas na cerimônia. De acordo com a Nielsen Music, as faixas de H.E.R, Lady Gaga, Brandi Carlile e Kacey Musgraves foram as preferidas entre os ouvintes, somando aumento de 480% nos streamings.
Juntas, as músicas performadas somaram 12 mil streams no dia anterior à apresentação e 71 mil no dia seguinte. A vencedora foi H.E.R com Hard Place, que aumentou 102.000%. Depois, vêm a ganhadora de melhor álbum, Kacey Musgraves, com Raibow, que aumentou 9.430%, e Brandi Carlile com The Joke, com aumento de 2.771%.
Apesar dos números mais expressivos serem femininos, a indústria musical ainda não oferece oportunidades iguais para homens e mulheres. Em pesquisa realizada pela University of Southern California (USC), das 1.064 pessoas indicadas às categorias de destaque do Grammy entre 2013 e 2019, 89,6% eram homens e das cem músicas mais ouvidas dos últimos seis meses, de acordo com a Billboard, apenas 17% foram feitas por mulheres. O número é ainda menor se contarmos a produção da música e não somente a composição ou interpretação, o que resulta em 2,1% de mulheres produtoras.
Em entrevista para a Revista Rolling Stones, Stacy Smith, fundadora do Instituto Annenberg, que realizou a pesquisa em conjunto com a USC, considera o estudo um alerta de que “ser uma mulher é, por si só, uma barreira que impede a navegação”. Isso ocorre, segundo ela, tanto para as artistas no espaço musical, por falta de oportunidades, quanto por ainda se mostrar um ambiente hostil e perigoso para essas artistas.