Chico Saratt estava preparando um álbum solo, primeiro desde 2013, quando o projeto do DVD Desgarrados, com seu ídolo e conterrâneo são-borjense Mario Barbará (1954–2018), se impôs como prioridade – ele já sabia que Barbará estava doente. A produção, gravação e os shows de lançamento do DVD ocuparam cerca de um ano e iriam além, não fosse a morte do amigo. Saratt retomou então a produção de Talvez, que está sendo lançado hoje com show no Teatro CIEE. O novo disco, quinto da carreira, é em tudo diferente de Desgarrados. Trata-se de um trabalho de alta voltagem pop, urbano e basicamente romântico, produzido por Luciano Albo, o ex-Cascavelletes cuja assinatura está em ótimos discos.
– Uma vez, nos anos 1990, ZH publicou uma matéria dizendo que eu não gostava de usar bombacha – recorda Saratt. – Eu já tinha vencido vários festivais, mas não adiantou. Pros gaudérios eu não era nativista, e pros urbanos, eu era. Na verdade, sempre gostei dos dois lados.
Ele começou a participar dos festivais nativistas em 1983, vencendo mais de 40; só em 1998 ganhou nove. O primeiro disco, de 1987, reúne canções urbanas. Mesclou os estilos nos dois anos em que trabalhou na Europa, de 1989 a 1991. Em 1997, em Portugal, gravou o CD Sul do Brasil, lançado lá e aqui. O álbum Capital, de 2013, tem as presenças de Nei Lisboa, Bebeto Alves, Frank Solari, Renato Borghetti e outros bambas.
Com Albo na produção, Saratt diz que realiza um sonho. Gravado com dois times de músicos, Talvez tem canções de várias épocas – e ele garante que viveu todas as histórias contadas pelas muito boas letras. Ao lado das 10 assinadas por ele, como a recente Eu Só Queria te Dizer (participação de Serginho Moah) e a antiga Índios, canta (e como canta!) quatro de outros autores: Ana, do catalão Eduardo Marti; a emocionada Amigo Irmão, de Barbará (participação de Thedy Corrêa), Diamante, de Sérgio Silva/Zé Caradípia; e A Vida é Confusão, de Nico Nicolaiewsky. As guitarras e violões de Albo e Adriano Sperandir, e os teclados de Cristian Sperandir e Nilton Junior marcam a sonoridade do trabalho.
No Teatro CIEE, Chico Saratt terá os convidados Serginho Moah, Pirisca Grecco, Zé Caradípia, Charles Master, Adriano Mutz e Charlise Bandeira. A banda: Luciano Albo (guitarra, direção musical), Diogo Mohr (guitarra), Nilton Junior e Diogo Barcellos (teclados), Wagner Kilian (viola de 12), Lucas Ferrera (violão), Cri Ramos (baixo) e Marco Michelon (bateria).
CHICO SARATT
Show de lançamento do álbum Talvez.
Nesta sexta-feira, às 21h, Teatro CIEE (Rua Dom Pedro II, 861)
Ingresso: R$ 50 nas Lojas Multisom, em blueticket.com.br e na bilheteria do teatro.
No saguão do teatro, exposição de fotos de Iara Tonidandel, relativas às músicas do disco.
O CD está à venda nas Lojas Multisom por R$ 20.