Durante mais de 30 anos de carreira, o Capital Inicial viveu duas fases fundamentais que ajudam a explicar o sucesso do grupo no rock nacional. Em 1986, ao lançar o disco Capital Inicial, os roqueiros brasilienses juntavam-se a um movimento roqueiro que tomava conta do país. Depois de um breve término, 14 anos depois, o grupo ressurgiu em 2000 com o sucesso do álbum Acústico MTV. Agora, 18 anos depois, em um momento de certa descrença no rock, pelo avanço de outros ritmos, o Capital lança Sonora, disco forte e surpreendente que remete ao auge do grupo.
O Capital é uma das atrações do Planeta Atlântida, palco habitual de grandes performances do grupo desde o começo dos anos 2000.
Para o álbum, Dinho Ouro Preto e seus parceiros chamaram Lucas Silveira (Fresno), Gustavo Bertoni (Scalene), Fernando Badauí e Phil Fargnoli (CPM 22) e Emmily Barreto e Cris Botarelli (Far From Alaska) para tentar, ao mesmo tempo, manter a marca do Capital e buscar novos ares com a jovem geração do rock nacional.
– Eu tinha na cabeça, claramente, que a gente precisava buscar coisas novas, mas preservando a marca do Capital. Sempre achei que é possível experimentar novos timbres sem abandonar a marca do Capital – afirma Dinho Ouro Preto, em entrevista por telefone.
Além de ter participado do disco, dividindo vocais com Dinho na faixa Universo Paralelo, Lucas Silveira também assina a produção do álbum, gravado no estúdio de Lucas, na Zona Oeste de São Paulo. O vocalista da Fresno se aproximou de Dinho por um grupo de WhatsApp que reúne novos nomes do rock. Dinho pediu para ser incluído no grupo, e os dois passaram a conversar sobre o disco no estúdio de Lucas – que funciona em cima da garagem do gaúcho.
– O lugar não lembra um estúdio ortodoxo, sabe? Ele conseguiu fazer um estúdio alternativo. No final, você não consegue distinguir onde o disco foi feito: se em um estúdio fora do Brasil, se em algum lugar caríssimo do Rio ou de São Paulo ou em um estúdio pequeno – comemora Dinho.
Entre as 11 faixas inéditas, a maioria composta por Dinho com antigos parceiros como Alvin L., Thiago Castanho (ex-guitarrista do Charlie Brown Jr) e Kiko Zambianchi, é possível notar que o cantor bebeu na fonte das novas colaborações, como em Parado no Ar, que tem a participação da Scalene. Já em Atenção, parceria de Dinho com Lucas Silveira e Alvin L., é possível voltar aos tempos de som mais pesado do Capital. Na balada Só Eu Sei, Dinho viaja no tempo e lembra a trajetória de percalços e sucessos do grupo.
– Este álbum soa como o Capital, são os músicos da banda, mas tem alguma coisa diferente. O Capital está ali, mas com outra sonoridade – completa Dinho.
História com o Planeta Atlântida é antiga
O Capital Inicial está fazendo história no Planeta Atlântida 2019. O grupo liderado por Dinho Ouro Preto fará sua nona participação no festival e, em sua apresentação, deve revisitar seus principais sucessos como Depois da Meia Noite, Independência e Que País É Esse?.
O último show do Capital no evento foi em 2017, quando relembrou hits e empolgou o público em performance que durou uma hora e meia.
Outra banda que também chega ao mesmo número de apresentações dentro do Planeta é o Nenhum de Nós. O recordista desta 24ª edição do festival é o gaúcho Armandinho, que fará sua 13ª participação.