Em uma das apresentações que fez ao lado de seus filhos Moreno, Zeca e Tom em Porto Alegre, há um ano, Caetano Veloso anunciava a reunião familiar no palco como a realização de um sonho. Já tinha feito shows com Moreno, o mais velho, e acompanhou Zeca e Tom crescerem com interesses cada vez mais canalizados na música. O espetáculo deu liga, foi recebido com entusiasmo por fãs e críticos, percorreu o Brasil e deu origem ao CD e DVD Ofertório.
A família Veloso sobe ao palco do Auditório Araújo Vianna (Av. Osvaldo Aranha, 685) nesta quarta-feira (19), às 21h. Os ingressos estão praticamente esgotados. Em entrevista a ZH, na visita realizada em dezembro de 2017, Caetano explicou que o projeto tomou forma no começo do ano passado, quando os quatro conseguiram acertar suas agendas.
– É uma felicidade enorme. Sempre fui grudado nos meus filhos e poder estar com eles também nos palcos e viagens me enche de alegria. Tive angústia quando vi que ia mesmo acontecer, mas ganhei coragem, e o resultado é, para mim, divino – disse Caetano na ocasião.
Duas diferenças se destacam em relação ao show de 19 de dezembro de 2017 no mesmo Araújo Vianna. O espetáculo, que antes carregava o nome de pai e filhos, passou a se chamar Ofertório, canção de 1997 que Caetano compôs em homenagem aos 90 anos de sua mãe, Dona Canô (1907–2012), e o fato de Zeca ser agora conhecido por conta da canção Todo Homem, grande sucesso nas plataformas digitais e tema da série da Globo Onde Nascem os Fortes.
No show, o quarteto Veloso passa em revista, alternando as vozes principais e contando histórias, grandes sucessos de várias fases da carreira do patriarca, como Alegria, Alegria, O Leãozinho, Reconvexo e Trem das Cores. O repertório destaca ainda O Seu Amor, dos Doces Bárbaros, projeto de Caetano com Gilberto Gil, Maria Bethânia e Gal Costa, e covers como Deusa do Amor (Olodum) e Tá Escrito (grupo Revelação).
Moreno é quem canta O Leãozinho, do disco Bicho (1977), a pedido do pai, como lembrou Caetano:
– Quando eu fiz essa canção, Moreno perguntou se era pra ele. Eu disse que não, que era pro Dadi (músico do grupo A Cor do Som e dos Tribalistas). Hoje ele a canta para ninar os filhos dele, como eu cantava para niná-lo.