Nome à frente da Vanguart, Helio Flanders desembarca em Porto Alegre nesta quinta-feira (3) para se apresentar no Foyer Nobre do Theatro São Pedro, às 18h30min, dentro da programação do projeto Mistura Fina – Música para Fugir do Trânsito. Com entrada franca, o show reúne seleções da discografia da banda, releituras de outros artistas e composições de seu primeiro trabalho solo, Uma Temporada Fora de Mim (2015), fruto de uma jornada de solidão e auto-conhecimento.
– Esse show acaba sendo um pouco de tudo o que é o Helio hoje. Vai ter momentos muito tensos, mas terá a celebração da canção, do se sentir bem e de lugares iluminados também – explica.
Não devem faltar no setlist as canções Romeo e Forasteiro, compostas em parceria com Thiago Petit, Dentro do Tempo Que eu Sou, e, do Vanguart, Olha pra Mim e Se Tiver Que Ser na Bala, Vai. Com um livro em produção e vivendo o que considera seu momento mais feliz, Helio destaca sua ligação com a Capital, que começou ainda na juventude, pela identificação com a "estética do frio" proposta por Vitor Ramil:
– É um lugar onde eu consegui desenvolver uma linguagem musical que não consegui em São Paulo. Porto Alegre é uma das cidades do Brasil em que eu tenho mais conexões, uma cidade muito legal para ser você mesmo artisticamente. É legal celebrar isso também. Espero voltar com o Vanguart ainda este ano.
Parceria de uma década
A relação com a cidade se estreitou há mais de uma década, quando Arthur de Faria decidiu colocar Semáforo, primeiro single da Vanguart, no repertório da turnê do projeto Pixinguinha.
– A Cida Moreira também tinha ouvido e gostou muito. E quando nós dois fizemos uma lista de músicas que podíamos fazer juntos, a única que tinha na lista dos dois era essa. Coincidentemente, essa turnê passou por Cuiabá. Em seguida, eles vieram tocar no porão do Beco e eu conheci o Helio. Ele nem estava morando em São Paulo ainda – conta o gaúcho.
Depois do encontro, Arthur fez arranjos para um álbum ao vivo da banda, depois para uma apresentação do grupo com a Sinfônica de Cuiabá, levou Flanders para Buenos Aires e, por fim, acabou produzindo seu disco, repleto de referências ao tango e à milonga, paixões comuns aos dois.
– Cada vez que eu ia a São Paulo e a gente se reunia, ele mostrava algumas músicas. Ele ainda estava aprendendo a tocar piano. É impressionante, ele aprendeu muito rápido. Em um ano e meio, compôs o repertório todo no piano. Sou muito fã desse trabalho, é uma das coisas de que eu mais tenho orgulho. Acho que as pessoas não se dão conta de quão bom compositor ele é – celebra Faria, que sobe ao palco do Bar Ocidente ao lado de sua Orkestra do Kaos a partir das 23h para lançar o segundo disco do projeto, Vida Agitada da Superfície – depois, o grupo segue em turnê para Punta del Este, Montevideo e Buenos Aires.
– É um clima bem noise, milonga, samba, mas tudo muito desconstruído. Um disco bem desses tempos que a gente tá vivendo e não sabe muito bem como reagir.