Yanto Laitano volta à carreira solo nesta quarta-feira (6), impulsionado pelo segundo disco, o conceitual Yantux. O compositor, que badalou a cena local em 2010, com o provocativo Horizontes e Precipícios, roqueiro sem guitarra, tem se dedicado ao espetáculo infantil Orquestra de Brinquedo, além de realizar pesquisas musicais e compor trilhas para documentários e filmes.
Para o músico, o retorno ao estúdio para registrar novas canções é “mais que uma satisfação, é uma necessidade”:
– É uma busca artística pessoal. De repente, vi que as músicas que compus poderiam ser agrupadas por um fio condutor. Havia uma narrativa, um personagem, que avançava. Aí as coisas fluíram com muita rapidez.
Yanto apresenta o novo álbum nesta quarta, às 22h, no Ocidente, em Porto Alegre, com ingressos a R$ 30. No palco, o pianista e cantor estará acompanhado por Beto Chedid (guitarras e harmônica), Felipe Narcizo (baixo) e Fábio Musklinho (bateria). O grupo encena ao vivo as ligações telefônicas e diálogos do personagem Yantux a amigos. As chamadas, que duram de poucos segundos até um minuto, permeiam as canções do disco.
– Esse disco tem vários níveis de entendimento. O primeiro é das canções que se encontram independentes umas das outras, que têm sentido ouvidas separadamente. O segundo é perceber como as faixas se concentram de modo a contar uma histórias. E há ainda um terceiro nível, que é o do diálogo com as referências. Algumas aparecem mais escancaradas, outras bem disfarçadas – explica Yanto.
Entre as referências, ficam aparentes sonoridades de Pink Floyd, Led Zeppellin e Zé Rodrix, entre outras. O álbum começa com faixas mais elétricas, em que o personagem Yantux trata de uma desilusão amorosa: “Nunca mais vou ter dar o meu amor”, canta em Imbecil. Já faixas como Disco Voador e Banho de Cachoeira, apontam uma reconexão com a natureza, explorando timbres acústicos e letras bicho-grilo. Já as últimas faixas retomam a eletricidade do início, como Eu Sei Aonde Eu Vou.
Em março, Yanto pretende lançar um DVD da Orquestra de Brinquedo, mas não quer abandonar a divulgação do novo álbum. Ao contrário, projeta viajar com sua psicodelia sonora e visual.
– Ao vivo, tocamos com projeções da artista Jana Castoldi. O bacana é que, apesar de algumas coisas estarem prontas antes, no show ela improvisa, fazendo as luzes interagirem com o ambiente e com os músicos. É um show multimídia, que se adapta a casas de tamanhos diferentes. Quero levar tudo isso para a estrada agora.