Sete anos se passaram desde que o Green Day tocou em Porto Alegre pela primeira vez. Aquela apresentação no ginásio Gigantinho foi definida pela banda, no Twitter, como um dos "três shows mais loucos" que já havia realizado em sua trajetória. Hoje, a partir das 21h, o grupo – formado por Billie Joe Armstrong (guitarra e vocal), Mike Dirnt (baixo) e Tré Cool (bateria), além do guitarrista Jason White, que os acompanha – pretende repetir a dose no Anfiteatro Beira-Rio.
Com mais de 30 anos de carreira, a banda formada em Berkeley, Califórnia, se consolidou ao tocar um punk rock que soasse pop, às vezes aliado à irreverência juvenil. Essa combinação pode ser conferida em seu primeiro disco, 39/Smooth (1990), quando o baterista do Green Day ainda era John "Al Sobrante" Kiffmeyer. Em Kerplunk (1991), Tré Cool assumiu as baquetas, e a banda consolidou sua sonoridade. Nesse disco a clássica Welcome to Paradise apareceu pela primeira vez – foi depois regravada no disco seguinte.
O Green Day estourou mundialmente com seu terceiro disco, Dookie, em 1994. Com letras que abordavam temáticas adolescentes – como dúvidas sobre sexualidade (Coming Clean) e masturbação (Longview) –, o álbum apresentou clássicos como Basket Case, She e When I Come Around, obrigatórias até hoje nos shows do trio.
Com canções mais agressivas e pessimistas, vide Walking Contradiction e a dobradinha Brain Stew/Jaded, o disco Insomniac (1996) não repetiu o sucesso de Dookie. O registro refletia o estresse que Billie Joe passava com a fama.
Em 1997, saiu o eclético Nimrod, quando a banda passou a explorar diferentes sonoridades. Tinha de tudo um pouco: punk rock (Nice Guys Finish Last e Reject), power pop (Worry Rock e Redundant) e rockabilly (Hitchin' a Ride). Trilha sonora da despedida da série Seinfeld, a balada acústica Good Riddance (Time Of Your Life) é o hit do disco.
Três anos depois, o Green Day lançou Warning, um disco mais adulto. Com inspirações no folk e presença de violões em boa parte das músicas, rendeu faixas como Waiting e Minority.
Como contraponto a era de George W. Bush na presidência dos EUA, a banda lançou a ópera rock American Idiot em 2004. Com hits radiofônicos como Boulevard of Broken Dreams e Wake Me Up When September Ends, além da épica Jesus of Suburbia, o Green Day atingiu um êxito similar ao de Dookie – tanto que o álbum chegou a ser adaptado para um espetáculo musical. A reinvenção da banda se deu também em sua estética, desde lápis nos olhos até roupas escuras, aproximando-se do visual emo.
Em 2009, com o ambicioso 21st Century Breakdown, o grupo voltou a investir na ópera rock sem o mesmo sucesso do antecessor. Know Your Enemy e 21 Guns foram os singles bem-sucedidos. Com a turnê desse disco, o trio esteve em Porto Alegre no ano seguinte.
DE 2010 PARA CÁ:
QUATRO ÁLBUNS E ALGUNS PROBLEMAS
Nos últimos sete anos, o Green Day lançou quatro discos. Três deles saíram entre setembro e dezembro de 2012: ¡Uno!, ¡Dos! e ¡Tré!. O primeiro registro explorava o pop punk clássico da banda, remetendo à era Dookie. Em ¡Dos!, se aproximava do rock de garagem e, em alguns momentos, a sonoridade lembra o Foxboro Hot Tubs (projeto paralelo dos três integrantes). Já ¡Tré! era mais eclético, com momentos que tentavam emular o rock de arena setentista.
No mesmo ano em que lançou a trilogia, Billie Joe sofreu um colapso nervoso no palco. Durante uma apresentação no festival iHeart Radio, em Las Vegas, o vocalista ficou revoltado quando a organização do evento avisou que a banda deveria encerrar o show.
Após o vexame, o líder do Green Day admitiu que ter problemas com álcool e remédios controlados e se internou em uma clínica de reabilitação. Desde então, Billie tem se mantido sóbrio.
Mas o período turbulento não parou por aí: Jason White, guitarrista de turnê que chegou a ser membro oficial por um breve período, foi diagnosticado com câncer nas amídalas. Em 2015, o baixista Mike Dirnt se focou no tratamento do câncer de mama de sua mulher, Brittney Cade.
Superadas as batalhas contra o câncer e os vícios, o Green Day lançou em 2016 o álbum Revolution Radio, buscando retomar suas raízes pop punk – sem óperas ou trilogias. É com a turnê desse disco que a banda volta a Porto Alegre. Antes, passou por Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba.
Além das músicas deste 12º álbum, o grupo percorre clássicos de sua trajetória, além de covers, improvisações, discursos e interações com o público em uma apresentação que costuma ter cerca de 30 músicas. Seguindo esse roteiro, quem sabe o show desta noite possa entrar novamente no top 3 da banda.
GREEN DAY EM PORTO ALEGRE
Terça-feira (7/11), às 21h. Anfiteatro Beira-Rio (Av. Padre Cacique, 891 - Praia de Belas).
HORÁRIOS
- 16h - abertura dos portões
- 19h - show de abertura local com Vera Loca
- 20h - show de abertura internacional com The Interrupters
- 21h - Green Day
INGRESSOS
- Cadeira Superior - R$ 240
- Pista Premium BudZone - R$ 380
- Cadeira Inferior - R$420
- Tribunas - R$ 460
- Lounge - R$ 600
PONTOS DE VENDA
- Bilheteria oficial do Estádio Beira-Rio (a partir das 12h)
- Loja Live Pass do Moinhos Shopping (Rua Olavo Barreto Viana, 36)
- Pelo site livepass.com.br
ESTACIONAMENTO
No próprio Beira-Rio, a vaga custa R$ 50 e pode ser reservada antecipadamente pelo site zhora.co/estacgreenday, com pagamento exclusivo por cartão de crédito, ou na hora, sujeito à disponibilidade. Quem estiver disposto a deixar o carro um pouco mais longe do estádio, o Praia de Belas Shopping cobrará a taxa fixa de R$ 12 para quem estacionar o carro após às 16h e retirar ao término do espetáculo.
OBJETOS PROIBIDOS
- Papel em rolo, jornais, revistas, bandeiras e faixas com mastro;
- Alimentos: apenas permitido alimentos industrializados, com a embalagem lacrada originalmente, como salgadinhos e bolachas. Frutas, apenas cortadas;
- Vasilhames, copos de vidro ou qualquer outro tipo de embalagem contendo bebidas de qualquer natureza que, direta ou indiretamente, possa provocar ferimentos;
- Máquinas fotográficas profissionais com lente intercambiável e filmadoras;
- Capacetes de motos ou similares;
- Correntes, cinturões e pingentes;
- Mochilas;
- Qualquer outro objeto que possa causar ferimentos.