Projeto anunciado na semana passada, a sala de concertos da Ospa tem previsão de inauguração para 10 de março de 2018. Chamada de Casa de Música, a estrutura será construída na sala de ensaio que a Ospa inaugurou em março deste ano em um espaço reformado do prédio da Secretaria de Educação do Centro Administrativo Fernando Ferrari, em Porto Alegre. Desde então, a orquestra ganhou mais 800 metros quadrados, totalizando 2,5 mil metros quadrados, que serão ocupados com café/restaurante, sala para o coro, camarins, depósitos e salas de estudo. O diretor artístico da orquestra, Evandro Matté, elogia a acústica do local e explica que haverá ajustes mesmo depois da inauguração:
– De modo geral, quando a orquestra toca em volumes piano e mezzo-forte, a acústica é excelente. O problema é que estamos com excesso de reverberação de som principalmente nos registros graves. Vamos resolver isso no projeto novo. No papel, a acústica parece uma ciência exata, mas não é. Há muitas variáveis. Uma delas é a presença de público.
Orçada em R$ 4,8 milhões, a obra para transformar a sala de ensaio em sala de concerto será dividida em duas partes. No início de 2018, serão inaugurados os itens que permitirão o acesso do público, como a sala de concertos com capacidade para 1,1 mil espectadores, saguão e banheiros. No final do ano que vem, será ampliada a parte interna, de uso da orquestra, e uma novidade: uma sala híbrida para recitais, palestras e cursos. Um dos projetos para esse espaço é o Ospa Minha Primeira Vez, uma série de encontros educativos voltada para espectadores que nunca foram a um concerto.
A Casa da Música substituirá o projeto da Sala Sinfônica no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, obra que não saiu da fase de fundações devido a entraves burocráticos. Segundo Matté, pesaram na decisão de abandono do projeto o vultoso orçamento da obra (cerca de R$ 40 milhões) e o alto custo de manutenção que a estrutura exigiria, uma vez concluída. Agora, a Ospa pretende construir no parque uma concha acústica, um museu e as instalações do projeto social da Escola de Música. Ainda não há previsão de inauguração dessa obra, orçada em R$ 5 milhões, que deverá ser projetada por um concurso público para arquitetos.
O convênio com o MinC que previa repasse de R$ 23 milhões para a Sala Sinfônica foi reduzido para R$ 10 milhões, que financiarão tanto a obra no Centro Administrativo quanto o novo projeto no parque. Embora a verba seja suficiente para ambas, a Ospa pretende buscar fontes de receita complementares para agilizar a inauguração da sala de concertos no prazo prometido. Estão sendo consideradas as possibilidades de financiamento coletivo e de venda de assentos e camarotes no novo teatro: o público poderá comprar um lugar por uma ou mais temporadas, por exemplo. Se houver verba excedente, segundo Matté, poderá ser utilizada no Palacinho, prédio histórico na Av. Cristóvão Colombo que foi cedido para a Escola de Música e para a sede administrativa da orquestra, que deverão começar a operar nesse local em fevereiro.
O plano do diretor artístico é tornar a Casa de Música o principal espaço para concertos da temporada 2018, mas a Ospa seguirá se apresentando em outros locais, além de circular pelo Interior. No Theatro São Pedro, deverão ser realizadas uma ópera e um balé. Para o segundo projeto, Matté pretende negociar uma parceria com o corpo de baile do Teatro Colón, de Buenos Aires.