A Vigilância Sanitária do Rio informou na manhã desta terça-feira (19) que aplicou 41 multas e inutilizou 610 quilos de alimentos em pontos de venda de comida do Rock in Rio. Foram 294 inspeções nos três primeiros dias do festival. Foram jogados no lixo sanduíches, queijos, linguiças, embutidos, cogumelos, churros, carne de sol, especiarias e hambúrgueres considerados impróprios para consumo.
Ao todo, 90 técnicos trabalharam no festival. Eles verificaram condições higiênicas de estabelecimentos, postos médicos, ambulâncias, salões de beleza, ambientes de uso comum e água dos bebedouros e também checaram condições de trabalho dos funcionários e destinação do lixo produzido na Cidade do Rock.
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As multas aplicadas foram por diferentes motivos, segundo a Vigilância: alimentos conservados em temperaturas inadequadas, sem rótulos, falta de asseio, falta de sistema de água quente corrente nas cozinhas, ausência de certificado de capacitação, exaustão ineficiente nas cozinhas, falta de lavatório para as mãos e de equipamentos de proteção individual de trabalhadores e nos banheiros usados por eles.
A Vigilância informou ainda que desde março realizou ações voltadas ao Rock in Rio, como cursos em que foram passadas "noções básicas de higiene na manipulação de alimentos", num total de 36, ministrados a "quase dois mil funcionários e responsáveis dos estabelecimentos que comercializam alimentos no evento".
Foram feitas também reuniões com coordenadores do RiR, responsáveis técnicos dos estabelecimentos, nas quais foram explicadas as condutas obrigatórias e como se dariam as inspeções nos dias de shows. A montagem das estruturas também foi inspecionada.
De 6 de julho a 12 de setembro, ou seja, três dias antes do início do festival, ocorreram 21 autuações por conta de condições inadequadas de trabalho, alimentos impróprios para consumo, falta de higiene e organização, divulgou o órgão fiscalizador. Já exames de amostras de alimentos analisadas em laboratório tiveram resultados satisfatórios.
Chef criticou ação
O trabalho da Vigilância no Rock in Rio foi alvo de críticas da chef Roberta Sudbrack, que, na abertura do festival, na sexta-feira, teve 80 kg de queijo e 80 kg de linguiça de seu estande inutilizados.
Roberta era um dos principais nomes da área gourmet do Rock in Rio e deixou o festival por conta da apreensão, alegando que a comida não deveria ter sido apreendida. Os alimentos estavam próprios para o consumo mas não tinham um selo exigido pela Vigilância: o Serviço de Inspeção Federal, que permite sua comercialização dentro do município do Rio.