Assim como sexta e sábado, o terceiro dia de Rock in Rio voltou a combinar música pop com protestos políticos. Abrindo os trabalhos do dia no Palco Mundo, Frejat estreou seu novo show – Tudo se Transforma. Ao som dos gritos ensurdecedores de "Fora, Temer", o público mal teve tempo para ouvir a bela homenagem a Luiz Melodia, com Negro Gato. O show ainda teve seus momentos menos densos além do repertório roqueiro, como as duas versões acústicas de O Poeta Está Vivo e Por Você. A balada Segredos fez todos cantarem.
Depois do cantor brasileiro, foi a vez da banda americana Walk the Moon se apresentar no palco, cujo repertório remete ao pop rock oitentista de grupos como Simples Minds e Duran Duran.
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Em seguida, Alicia Keys desfilou hits como Girl On Fire, No One e Empire State of Mind em uma performance carismática. Porém, um dos momentos de maior destaque da noite foi quando a cantora americana convidou a líder indígena Sônia Guajajara para o palco, que alertou sobre o decreto que extingue reserva na região amazônica.
– Não existe plano B, essa é a mãe de todas as lutas, é a luta pela mãe Terra – declarou Guajajara, que pediu "Demarcação, já!".
O público reagiu à fala da líder indígena com o grito de "Fora, Temer". Alicia seguiu o show com Here, que trata sobre a depredação da natureza.
Fechando a noite no Palco Mundo com um show competente, Justin Timberlake apresentou um repertório de 16 músicas, das quais 12 que já haviam aparecido no Rock in Rio 2013. Ele privilegiou canções dos discos FutureSex/LoveSounds (2006) e The 20/20 Experience (2013). Bastante interativo com o público, o cantor autografou uma bandeira do Brasil que lhe foi atirada.
– Não vou ter problemas por assinar na bandeira, vou? – perguntou.
Ele desceu para atender ao pedido de uma fã que segurava um cartaz escrito em inglês: "Por favor, é meu aniversário, tire uma foto comigo".
– Você não está mentindo? Se estiver, o país inteiro vai saber – brincou Justin.
Nile Rodgers, o hitmaker
Hitmaker é o nome da guitarra Fender Stratocaster, que Nile Rodgers empunhou na noite do último domingo, no Palco Sunset. E não foi à toa: Like a Virgin, Get Lucky, Let's Dance, Le Freak e Good Times foram enfileiradas na apresentação – as quais ele assina, produz ou compôs.
O baile que se formou em Good Times, com uma centena de pessoas em cima do palco, pode dar uma ideia do que foi esse show, que Rodgers ainda dedicou à amiga, Lady Gaga.
Protestos no Palco Sunset
O show de Johnny Hooker com os convidados Liniker e Almério se tornou o mais político do festival. Na atitude dos três no palco, na mensagem, na postura. Como já fizeram artistas no passado, quando o posicionamento político estava explícito e implícito nas suas canções, os três expressam o que sentem e pensam. Escancaram a insatisfação, como quando Liniker cantou um "Fora, Temer" em meio aos versos desesperadamente românticos da música Zero.
O público respondeu com gritos de aprovação, com o coro da mesma frase, entre uma canção e outra. Quando o telão ao fundo do palco exibiu a frase "Amar Sem Temer", cuja interpretação é livre àquele que a lê, mais palmas de aprovação. A comunicação entre artistas e público estava em sintonia ali.
Os três executaram Não Recomendado, canção de Caio Prado, uma pedrada das mais políticas. Ao final, os três cantores exibiram uma bandeira com a frase: "Acreditamos em um mundo melhor #amazonialivre".
* Com informações de Estadão Conteúdo