O show de Pabllo Vittar em Porto Alegre foi uma celebração da diversidade. Muitas tribos estavam por lá: LGBTs, drags, héteros, adultos, adolescentes, crianças... Sim, também foi uma apresentação para a família. Entre as cerca de 5 mil pessoas que lotaram o Pepsi on Stage na noite de quarta-feira (20) lá estavam as irmãs Antônia e Catarina Bertol, de nove e oito anos, respectivamente.
– Gosto muito dela, das músicas e da personalidade – destacou Antônia.
As pequenas fãs foram levadas ao show pela mãe, Débora, e pela tia, Kátia.
– Elas arrastaram a gente para cá. Adoramos a Pabllo, mas elas estão mais na onda – relatou Kátia.
Ághata Laukesen, 10 anos, também era outra jovem fã.
– Ela é legal, canta bem, ainda mais por ser drag queen – explicou a moradora de Alvorada.
A pequena fã estava acompanhada de sua mãe Vanessa, 35 anos, que é professora de geografia e trouxe dois alunos. Outra mãe trouxe mais dois de seus estudantes. O show da Pabllo poderia ser uma atividade extraclasse.
– Os alunos gostam, costumam ter na playlist do celular – destacou Vanessa.
A professora influenciou sua filha a gostar da cantora.
– Ela começou a escutar por minha causa, enquanto me via nas aulas de zumba. Pabllo é a nova cara de toda a LGBT, a maneira que usa a sua voz e representa – apontou Vanessa. – É a Cher brasileira (risos) – completou.
Já Diulhano Alves, 20 anos, era um "velho fã".
– Me apaixonei por ela quando a vi em vídeo cantando I Have Nothing, da Whitney Houston. Muito tempo depois, vi que ela tinha estourado. Posso dizer que ela nos representa – conta o vendedor, morador de Campo Bom.
João Portella estava montado como drag queen pela segunda vez na vida. Com peruca rosa e vestido, o cabelereiro de 27 anos se vestiu assim para o show como uma homenagem à cantora, além de ser uma forma de protesto à liminar que abre brecha para que psicólogos ofereçam a terapia de reversão sexual, conhecida como cura gay.
– Estamos vivendo um momento que não é fácil. Cada um acorda só pensando em si. Pabllo mostra que nós (LGBT) não precisamos ser enfermeiros ou cabeleiros para conquistarmos as pessoas e sermos bem-sucedidos. Ela vem em forma de cantora para indicar ao mundo que dá para ser você mesmo para ter sucesso – reflete o morador de Lajeado.
O fã canoense Guilherme Lopes, 20 anos, sublinhou um ponto forte da cantora que admira.
– Ela tem uma presença muito forte. Consegue dominar o palco sozinha – destacou o estudante de engenharia ambiental.
Enrolado em uma bandeira com as cores LGBT, Maurício Ribeiro, 27 anos, destaca outra qualidade de Pabllo.
- É uma pessoa humilde, que consegue transmitir a sua verdade para o público - descreve o arquiteto de São Leopoldo.
Dançando bastante na pista, Endrew Ribeiro, 19, parou um pouco com seus movimentos para falar de Pabllo.
- Me inspiro muito nela. Pabllo tem versatilidade, bota a cara a tapa, o que poucas pessoas fazem - avalia o estudante de POA.