Não foram necessárias pirotecnias, cenário ou uma grande banda para Pabllo Vittar incendiar o Pepsi on Stage. Acompanhada apenas por um DJ, a cantora drag queen se apresentou para a casa lotada na noite de quarta-feira (20).
Antes do show de Pabllo, foi proposto um minuto de silêncio para a liminar que abre brecha para que psicólogos ofereçam a terapia de reversão sexual, conhecida como cura gay. Em vez do silêncio, o público entoou o grito de "Fora, Temer". A seguir, em homenagem ao Dia do Gaúcho, Canto Alegretense foi tocado no som eletrônico, cujo refrão foi cantado pelos presentes. O som foi interrompido para o começo do show da cantora.
Durante 50 minutos, Pabllo desfilou seu repertório quase todas as suas canções – estavam lá hits como K.O., Corpo Sensual e Sua Cara (parceria com Anitta e Major Lazer). Só faltou mesmo Todo Dia, música que ocasionou a disputa judicial com o rapper Rico Dalasam.
Cantando, dançando e, principalmente, rebolando, Pabllo dominou completamente o palco e pôs o público em sua mão. Os fãs agiram como cúmplices da drag e trabalharam como segunda voz, em todas as músicas.
Antes de cantar Indestrutível, Pabllo avisou:
– Não estamos doentes. Não precisamos de cura nenhuma.
Com versos como "se recebo dor, te devolvo amor" e "as minhas lágrimas vão secar / tudo vai ficar bem / e essas feridas vão se curar", Indestrutível ganha um novo significado para a atual batalha LGBT. Durante a performance emocionada da música, Pabllo foi às lágrimas e pediu desculpas. No final, declarou:
– Eu sou igual a vocês, e estão tachando a gente de doente. Se for doença ser feliz e levar a alegria para os lugares, eu prefiro morrer hoje.
O show de Pabllo foi uma celebração da diversidade. Lá estavam LGBTs, drags, heteros, crianças, adolescentes, adultos, famílias. Foi um show para todos. No dia 20 de setembro, Pabllo Vittar foi uma precursora da liberdade e, é claro, mostrou seu valor constância. E seu rebolado.