Uma das bandas seminais do nu metal – ao lado de nomes como Limp Bizkit, Linkin Park, Slipknot, entre outros –, o Korn se apresenta neste domingo em Porto Alegre, às 20h, no Pepsi On Stage. No subgênero musical que o grupo ajudou a difundir, o heavy metal é combinado com o rap, em um ritmo sincopado e baseado em riffs. Tendo seu período áureo entre os anos 1990 e 2000, o nu metal tornou-se um estilo de vida para alguns fãs – que aderiam a uma estética que incluía vestimentas como jaqueta da Adidas, roupas esportivas ou de cores pretas, piercings, além dos cabelos dreads.
Formado em 1993, em Bakersfield, na Califórnia, o Korn lançou no ano seguinte o seu disco homônimo de estreia, que serve como um cartão de visita para o nu metal. Em 1996, veio o segundo trabalho, Life is Peachy, que contém o hit A.D.I.D.A.S. No período dos álbuns Follow the Leader (1998) e Issues (1999), a banda viveu seu auge – com destaque para o single Freak on a Leash, cujo clipe conta com animação de Todd McFarlane, criador da HQ Spawn. Em seus lançamentos posteriores, o Korn flertou com estilos diferentes – como o industrial, eletrônico e dubstep. Neste domingo, a banda mostra na Capital a turnê de seu 12º disco de estúdio, The Serenity of Suffering, lançado no ano passado.
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A atual formação do Korn conta com Jonathan Davis (vocal), Brian "Head" Welch (guitarra), Reginald "Fieldy" Arvizu (baixo, que está sendo substituído neste show por Tye Trujillo), Ray Luzier (bateria) e o guitarrista James "Munky" Shaffer. Em entrevista a Zero Hora, por telefone, Munky comentou sobre o que o público pode esperar do show:
– Vamos fazer uma mistura no setlist de sons antigos com músicas novas de nosso último disco. Sempre tentamos recriar sons que gravamos no passado. Não é um karaokê. Se você ouve nosso som ao vivo comparado com o que gravamos há 15 ou 16 anos, percebe que há algo mais revigorante em sua estrutura.
O álbum mais recente do Korn recupera o vigor do começo de carreira, em um de seus trabalhos mais pesados e densos, contando com composições sombrias.
– O disco é muito o que Jonathan (vocalista) vivia no momento em que escrevia as canções. E ele estava se sentindo bem em sua zona de conforto escrevendo sobre dor e sofrimento – descreve o guitarrista.
Com mais de 20 anos de estrada, o Korn viveu altos e baixos em sua trajetória – como a qualidade da musicalidade do grupo sendo constantemente depreciada por parte da crítica e integrantes enfrentando problemas familiares ou com abuso de drogas. Em 2005, o guitarrista Brian Welch converteu-se ao cristianismo e saiu da banda. Ele retornou ao grupo em 2013.
– Quando Head saiu, foi difícil para a gente. Nós até conseguimos ter sucesso, mas sentíamos falta daquele elo da irmandade de longo tempo. Quando ele voltou, tudo foi rebobinado e passamos a nos gostar ainda mais – relata Munky.
Para o guitarrista, o Korn que vem à Capital gaúcha está em sua melhor forma da carreira.
– Nos tornamos pessoas melhores e evoluímos como compositores. Somos mais interessantes de se assistir ao vivo. Temos muita química no estúdio e no palco. Há muito mais afabilidade entre a gente – garante.
Talento mirim na cozinha da sonzeira
O Korn teve uma baixa para a sua turnê sul-americana: o baixista Reginald "Fieldy" Arvizu. Segundo comunicado da banda, ele não tocará nos shows por aqui "por circunstâncias imprevistas" que não foram especificadas. Para substituí-lo, a banda recrutou Tye Trujillo, filho de Robert Trujillo, baixista do Metallica.
Um detalhe chamou a atenção da imprensa internacional diante da escalação de Tye: ele tem apenas 12 anos. Apesar da juventude, o músico já chama atenção pela sua competência com o instrumento.
O guri toca em uma banda chamada The Helmets, quarteto de rock formado por adolescentes de até 14 anos – o grupo foi criado quando seus integrantes tinham apenas oito anos. Mesclando influências do punk, grunge e heavy metal, Tye e sua trupe já se apresentaram em grandes festivais americanos – como o Lollapalooza, em Chicago, e o BottleRock, em Napa, na Califórnia. Quando não estão sobre o palco ou ensaiando, gostam de andar de skate ou surfar.
Em entrevista ao site Monster Children, Tye contou que os discos que o despertaram para o rock foram Black Gives Way to Blue (2009), do Alice in Chains, e 10,000 Days (2006), da banda de metal progressivo Tool. "Lembro-me de ouvir esses álbuns quando tinha cinco anos", recordou o roqueiro precoce na publicação.
Sobre o contratempo com o baixista original, o Korn ainda publicou: "Estamos chateados que Fieldy não pode estar conosco, mas animados em fazer alguns shows com um jovem como Tye. Esperamos receber bem de volta nosso irmão Fieldy quando retornarmos para os EUA em maio".
KORN
Domingo, às 20h, no Pepsi On Stage (Severo Dullius, 1.995), fone: (51) 3371-1948. Abertura dos portões: 18h. Show de abertura: Ego Kill Talent, às 18h30min. Classificação: 16 anos (de 12 a 15 anos, entrada somente com pais ou responsáveis).
Ingressos: R$ 220 (pista, 2º lote), R$ 260 (mezanino) e R$ 360 (pista premium). Pontos de venda: no local (antes do show) e na Hits Shopping Iguatemi (João Wallig, 1.800), sem taxa de serviço. Pelo site blueticket.com.br e call center: (51) 3117-0850, com taxa.