Leonard Cohen está indo embora. "Hineni, Hineni/ Estou pronto, meu Senhor", afirma o cantor e compositor de 82 anos em You want it darker, faixa-título de seu novo disco, utilizando a palavra em hebraico com que Abraão apresentou-se a Deus: "Eis-me aqui". "Não há ninguém para culpar/ Estou deixando a mesa/ Estou fora do jogo", sussurra mais adiante o canadense na canção Leaving the table. Felizmente, não precisamos levar tão a sério esse adeus: a trajetória de Cohen é pontuada de músicas que soam como réquiens – caso do hino Hallelujah, por exemplo, lançado no álbum Various positions (1984). Depois de ter declarado em uma entrevista recente que estava pronto para morrer, o veterano artista desmentiu-se no começo de outubro em Los Angeles, em uma festa de audição de seu 14º trabalho de inéditas: "Acho que estava exagerando. Eu sempre estive nessa de autodramatização. Pretendo viver para sempre".
Vivendo para sempre
Leonard Cohen lança seu novo disco, "You want it darker"
Nas nove faixas de seu 14º álbum de inéditas, o autor corteja assuntos que o preocupam desde que escrevia poesia e ficção no começo dos anos 1960
Roger Lerina
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