Com os termômetros marcando 35 ºC, a Feira do Livro de Porto Alegre começou com tranquilidade neste domingo (17). Apesar do público acanhado nas primeiras horas do evento, a expectativa dos expositores é de que o movimento nos corredores da feira aumentasse ao longo do dia.
A calmaria da manhã de domingo foi justamente o que atraiu alguns dos visitantes. Como foi o caso da família da Luciana Barbosa e do Tiago Jacobus, que trouxeram os filhos Antonia, 10 anos, e João, seis anos. Mesmo com o sol forte e o feriado da Proclamação da República, eles preferiram passear entre os estandes de livros do que na beira do mar do Litoral Gaúcho.
— A escolha foi ficar em Porto Alegre para aproveitar a cidade no feriadão, que é mais tranquila. A gente é meio avesso a essa correria de todo mundo que vai pra praia. Gostamos de ficar — relata Jacobus.
Expositores revelam que o público costuma aumentar a tarde, assim como as vendas.
— Está fazendo muito calor hoje, creio que seja por isso [o baixo movimento], mas na tarde, a feira sempre fica melhor. É o rotineiro deles, passeiam, olham bastante, depois é que acabam comprando mesmo — comenta a expositora Mara Masara.
Além dos moradores da Capital, os visitantes do interior também aproveitaram o feriadão para ir ao evento. Rogers e Elisabete, 42 anos ambos, saíram de Pelotas no sábado com o objetivo de visitar a feira neste domingo. De olho nos saldos, eles optaram pelo passeio por ser o último final de semana do evento e vieram em busca dos melhores descontos. A única dificuldade, conta Rogers, é carregar todos os livros para casa.
A maior presença de visitantes do interior do Estado já é esperada pela organização do evento nos finais de semana e feriados. Após o grande movimento no sábado (16), Max Ledur, presidente da Câmara Rio Grandense do Livro, comenta sobre o perfil do público.
— Vem muita gente do interior pra cá. Se inverte um pouco. Muita gente daqui foi para as praias, que estão lotadas. Mas aqui, ontem não dava pra caminhar nos corredores no meio da tarde, mesmo com o calorão. Então, vem muita gente do interior, vem muita gente de outras partes, de outro Estado também, no feriado e no final de semana — explica.
Sessões de autógrafos, contação de histórias, apresentações artísticas, entre outras, também contribuem para o aumento na circulação de pessoas.
— Historicamente, os domingos da feira são sempre cheios. Tem muito evento importante. Os autores e editoras, por exemplo, gostam de marcar sessões de autógrafos no domingo porque o pessoal não tá trabalhando, então, acaba gerando público igual — explica o presidente.
Dos livros aos bichos
Além dos expositores de livros, outro estande tem feito sucesso no evento. O espaço destinado ao Gabinete da Causa Animal, da Prefeitura de Porto Alegre, tem atraído diversos curiosos que, ao invés de livros, saem da feira com um novo companheiro. De acordo com a presidente do gabinete, Fabiana Ribeiro, o movimento está excelente. Até às 13h de domingo, cinco filhotes já tinham sido adotados no dia. Um deles, a Tina, encontrou seu novo lar em Viamão.
— Eu tinha dois gatos, um deles faleceu há uns quatro meses e o outro está meio solitário. Eu estava ali, olhei de longe e senti uma conexão com a Tina e estou levando ela para fazer companhia. Foi algo inesperado, mas esse tipo de coisa a gente não planeja, só acontece — comenta Thiago Braga, morador de Viamão que veio acompanhar uma apresentação de coral e saiu do evento com a cadelinha no colo.