A escritora canadense Margaret Atwood, 81 anos, foi acusada de transfobia após compartilhar um artigo do Toronto Star nas redes sociais nesta terça-feira (19). O texto, assinado pela colunista Rosie DiManno, critica o uso de determinados termos para substituir a palavra "mulher".
Intitulado "Por que não podemos mais dizer 'mulher'?", o artigo argumenta que a linguagem neutra causa um "apagamento das mulheres", o que torna "as pessoas bem-intencionadas sem palavras, para que não sejam atacadas como transfóbicas ou de outra forma insensível às construções cada vez mais complexas de gênero". Além disso, diz que "a palavra mulher estava em perigo de se tornar um palavrão" ou "riscada do vocabulário oficial".
Atwood não escreveu nenhum comentário, mas o ato de compartilhar o artigo foi suficiente para que ela passasse a receber diversas críticas. "Ninguém está proibindo a palavra 'mulher'", respondeu um usuário da rede social. "Muitas organizações estão - com razão - optando por uma linguagem precisa ao falar sobre coisas que têm a ver com características biológicas em vez de identidade de gênero", acrescentou.
A jornalista norte-americana Amanda Jette Knox também lamentou o ocorrido: "Estou desapontada que você compartilhou isso, porque não é verdade. Ainda podemos dizer 'mulher' e também podemos dizer 'pessoas' quando faz sentido usar uma linguagem mais inclusiva. Eu não sou binária. Também menstruei e dei à luz 3 filhos. Dizer 'pessoas com menstruação' inclui mulheres E eu".
"Você pode dizer mulher E também pode dizer homem trans e pessoa não binária ou pode dizer pessoa grávida. Incluir mais pessoas NÃO é excluir ninguém", comentou outra pessoa, que foi retuitada por Atwood. Para outros comentários, a autora de "O Conto da Aia" sugeriu que as pessoas lessem o artigo completo.