Apresentado em Porto Alegre no ano passado, no Theatro São Pedro, o espetáculo Histeria volta a Porto Alegre para uma sessão única neste sábado (17/6), às 21h, agora no Teatro do Bourbon Country. Com direção de Jô Soares, a peça é uma adaptação do texto do dramaturgo britânico Terry Johnson, que imaginou uma divertida interação entre duas grandes personalidade do século 20: o psicanalista Sigmund Freud (1856 – 1939) e o pintor Salvador Dalí (1904 – 1989).
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O elemento de ligação entre eles foi o clássico A Interpretação dos Sonhos (1899), de Freud, obra fundadora da psicanálise que ganhou sua primeira tradução para o espanhol em 1922 e tornou-se uma importante fonte de inspiração para Dalí – o artista entendeu que a publicação oferecia uma chave de criação também para o surrealismo, movimento interessado nas manifestações inconscientes. Apesar das afinidades, porém, Freud e Dalí tiveram apenas um encontro, em 1938, em Londres, mediado pelo escritor Stefan Zweig.
Em relação à montagem de 2016, Histeria apresenta uma mudança. Freud, antes interpretado por Pedro Paulo Rangel, agora é vivido por Norival Rizzo. Cássio Scapin, em princípio, segue encarnando Dalí – mas a produção informa que Rubens Caribé pode substituir Scapin na sessão deste sábado.
O elenco é completado por Érica Montanheiro (mulher misteriosa) e Milton Levy (Yarruda, um médico judeu). Em entrevista a ZH na ocasião da estreia de Histeria, Scapin disse que uma das qualidades do trabalho é saber combinar informação histórica e diversão. Na opinião do ator, Jô Soares torna acessível, sem simplificar, um texto que poderia soar hermético:
– Não é uma montagem para iniciados. Jô é um grande comediante e tem um talento bárbaro para adaptação e direção. É uma peça cujo entendimento poderia exigir referências dos espectadores, mas Jô deixa tudo palatável.
O ator também destacou:
– Há uma discussão paralela sobre como Dalí e Freud tornaram-se figuras midiáticas em suas épocas. Dalí e Gala (mulher do pintor) souberam usar esse recurso da mídia já naquele tempo. Dalí inventou um personagem para si, tanto que se referia a si mesmo na terceira pessoa. Não sabemos o que era teatro e o que era vida.
A versão original de Histeria estreou em Londres em 1993, com direção da prestigiada encenadora Phyllida Lloyd (que no cinema dirigiu o musical Mamma Mia! e o drama biográfico A Dama de Ferro).
HISTERIA
Neste sábado (17/6), às 21h. Duração: 115 minutos. Classificação: 14 anos.
Teatro do Bourbon Country (Av. Túlio de Rose, 80 / 2º andar – Shopping Bourbon Country), em Porto Alegre.
Ingressos: R$ 60 (galeria mezanino, galeria alta e mezanino), R$ 90 (plateia alta), R$ 120 (plateia baixa e camarote), com desconto para sócios do Clube do Assinante de 50% (limitado a cem ingressos) e 10% nos demais.
Venda sem taxa: Bilheteria do Teatro do Bourbon Country, a partir das 10h. Venda com taxa: site ingressorapido.com.br e call center 4003-1212, a partir das 9h.