O diretor norte-americano Oliver Stone concluiu um documentário sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no qual aborda a prisão do político e seu retorno ao poder, informou o cineasta em uma entrevista à AFP nesta terça-feira (12).
— A obra é sobre a perseguição judicial. Sobre o que aconteceu quando ele havia sido um presidente de sucesso, e, então, foi preso por corrupção, que é como geralmente as coisas são feitas nesses países — declarou Stone durante uma viagem a Paris para divulgar sua última obra, Nuclear Now, um documentário de defesa à energia nuclear.
O filme aguarda apresentação e não tem data de estreia, afirmou o diretor, um frequente visitante do Festival de Cannes, no qual já exibiu várias produções.
Em 2021, ele apresentou JFK Revisitado: Através do Espelho no festival francês, o último episódio de sua investigação sobre o assassinato do presidente John F. Kennedy.
Ao longo de mais de cinco décadas, Stone dirigiu várias obras relacionadas à América Latina, começando por Salvador, em 1986. Mas suas obras mais polêmicas são dois documentários sobre figuras políticas da região: o venezuelano Hugo Chávez (1954-2013) e o cubano Fidel Castro (1926-2016).
— Acho que o conceito de perseguição judicial se expandiu por todo o mundo, e tem sido usado para fins políticos, como uma arma. Mas todo mundo é corrupto. A Rússia funciona à base de corrupção, assim como a Turquia, os Estados Unidos — acrescentou Stone, que também é autor de uma série de entrevistas com o líder russo Vladimir Putin.
A filmagem do documentário sobre Lula durou meses, e Stone viajou com o chefe de Estado. Questionado sobre quais semelhanças ele vê entre Lula, Chávez e Castro, Stone respondeu que eles "são humanistas, autênticos, e estão fazendo o melhor que podem pelos seus países".
Vencedor de três estatuetas do Oscar como diretor, ele não tem planos para voltar a fazer filmes de ficção.
— Gostaria de fazer um, mas depende dos deuses, sabe? Você não pode ditá-lo. Você precisa ter tudo em ordem, é complicado fazer um filme.