O cineasta francês Jean-Luc Godard morreu nesta terça-feira (13), aos 91 anos. O diretor era considerado um dos pais da Nouvelle Vague, o "novo cinema francês", movimento que sacudiu o cinema mundial da época.
Por este legado, foi reverenciado pelo presidente francês Emmanuel Macron. O chefe de Estado definiu-o como "o mais iconoclasta dos realizadores da Nouvelle Vague, que inventou uma arte corajosamente moderna e intensamente livre", acrescentando que com sua partida a França perdeu "um tesouro nacional".
Responsável por clássicos como Acossado e O Desprezo, Godard recebeu uma série de premiações ao longo da carreira, algumas delas pela relevância de sua obra. O César honorário pela sua carreira foi concedido em 1987, enquanto o Oscar honorário chegou em 2010.
O Festival de Cannes também concedeu uma Palma de Ouro especial a Godard em 2018. Gilles Jacob, ex-presidente da premiação, afirmou que "o cinema mundial ficou órfão" e que "Jean-Luc Godard era o Picasso do cinema".
O perfil oficial de Cannes no Twitter também lamentou a morte do cineasta, descrito como um "artista sem cujo trabalho o cinema não teria hoje a mesma cara", e relembrou que 21 produções dele foram exibidas no festival.
O diretor britânico Edgar Wright lembrou as características únicas de Godard, que era um entusiasta do cinema experimental, ao passo em que também dirigiu produções grandiosas. "Jean-Luc Godard, um dos cineastas mais influentes e iconoclastas de todos. Era irônico que ele próprio reverenciasse o sistema de filmagem dos estúdios de Hollywood, já que talvez nenhum outro diretor tenha inspirado tantas pessoas a simplesmente pegar uma câmera e começar a filmar", disse.
O cineasta brasileiro Kleber Mendonça Filho também prestou sua homenagem ao francês: "Jean Luc Godard faleceu. E não vai morrer nunca. Obrigado". Já o ator espanhol Antonio Banderas agradeceu Godard "por expandir as fronteiras do cinema".