O cineasta e fotógrafo francês Just Jaeckin, conhecido principalmente pelo filme erótico Emmanuelle, faleceu na terça-feira (6), aos 82 anos, anunciou seu agente à AFP nesta quarta-feira (7).
"Just Jaeckin, o diretor de Emmanuelle, com Sylvia Kristel, morreu em 6 de setembro na Bretanha devido a uma longa doença, aos 82 anos (...) Morreu ao lado de sua esposa Anne, escultora, e de sua filha Julia, fotógrafa", afirmou o representante em um comunicado.
O filme, que estreou em 1974 e teve um grande sucesso internacional, conta as aventuras sexuais de uma jovem na Ásia. Emmanuelle foi o filme de maior bilheteria na França em 1974, com quase 9 milhões de espectadores, e permaneceu em cartaz por 13 anos em um cinema de Paris.
Fenômeno social, o longa-metragem foi assistido nos cinemas por dezenas de milhões de espectadores, um número ainda maior quando considerados os outros meios de distribuição. Emmanuelle é uma adaptação do best-seller erótico de mesmo nome, escrito por Emmanuelle Arsan em 1959.
O produtor Yves Rousset-Rouard decidiu confiar o projeto a um jovem diretor e escolheu Just Jaeckin, fotógrafo sem experiência como cineasta. Jaeckin dirigiu mais dois filmes de alto teor sexual, A História de O (1975) e O Amante de Lady Chatterley (1981), de novo com Sylvia Kristel.
Emmanuelle correu o risco de ser censurado na França, mas, após a morte do presidente Georges Pompidou, um novo secretário de Estado para a Cultura foi nomeado e a estreia do filme sem cortes foi permitida. O sucesso foi tão grande que foram rodados outros filmes que tomaram emprestado o nome da protagonista, com roteiros mais ousados.
Nascido em 1940, em Vichy (região central da França), Just Jaeckin era proprietário, ao lado da esposa, de uma galeria de arte em Paris, onde exibiam basicamente suas próprias esculturas e pinturas.
A estrela de Emmanuelle, Sylvia Kristel, viu seu nome vinculado para sempre ao do filme e ao diretor. Ela enfrentou problemas com drogas e álcool e teve de lutar contra boatos de todo o tipo, incluindo um suposto romance com o presidente Valéry Giscard d'Estaing, que ela negou. Sylvia morreu em 2012, vítima de câncer, aos 60 anos. Seis anos antes, ela publicou sua autobiografia.
— Sylvia era uma mulher maravilhosa, muito pura, muito ingênua. Fazia jus a seu sobrenome, 'Kristel'. Ela foi superada, como eu, pelo choque que Emmanuelle causou. Isso a marcou, foi muito difícil para ela — explicou Jaeckin à AFP em 2012, por ocasião da morte da atriz.