A Lenda do Cão Guerreiro chega aos cinemas nacionais nesta quinta-feira (25), contando a história de um cachorro que sonha em ser um samurai, mas tal cargo é exclusivo para gatos. Começa, então, a jornada do melhor amigo do homem para se tornar o guerreiro que sempre quis ser, contrariando o cenário estabelecido.
A animação, que é um remake de Banzé no Oeste (1974), conta, em sua versão original, com Michael Cera (Superbad — É Hoje) como Hank, o protagonista desta história. Porém, aqui no Brasil, quem deu voz ao cãozinho foi o comediante Paulo Vieira, que faz a sua estreia no posto de dublador, sendo dirigido por Wendel Bezerra, que faz a voz de Goku, de Dragon Ball, e é dono do estúdio UniDub.
— Esse foi um trabalho para agradar a minha criança interna: eu estou dublando uma animação, essa animação é um cachorro e quem me dirigiu foi o Goku. Então, para mim, está tudo certo. O ano pode acabar — destacou Vieira, em coletiva de imprensa da qual GZH participou.
Porém, além de Paulo Vieira, outras personalidades que não são famosas por seus trabalhos como dubladoras — apesar de algumas merecerem, pois fazem ótimos trabalhos — emprestaram as suas vozes para personagens de grandes animações e outros projetos no cinema e nos games. Veja, abaixo, seis que mandaram muito bem e três que foram criticadas.
Entregaram tudo
- Marcos Mion
Lightyear conta a história do herói que inspirou a criação do astronauta de brinquedo conhecido por Toy Story. E, na animação, houve uma mudança importante em relação à voz de Buzz: o tradicional dublador do boneco, Guilherme Briggs, saiu do cargo e deu espaço para o apresentador Marcos Mion. Alguns fãs da animação torceram o nariz para a troca, mas Mion acabou arrancando elogios na internet de espectadores que aprovaram o seu trabalho como nova voz do patrulheiro espacial. Vale lembrar que Mion tem experiência em atuação, tendo estreado na função em Sandy & Júnior, em 1999, acumulando uma série de papéis posteriormente. E, inclusive, já havia emprestado a sua voz para outras produções: em 2001, foi o personagem Malhado em Como Cães e Gatos; na sequência, foi Daniel em O Golfinho: A História de um Sonhador, em 2009, e Fred em Operação Big Hero (2014).
- Selton Mello
Multitalentoso, Selton Mello foi responsável por dublar personagens de filmes clássicos como John Bender em Clube dos Cinco (1985), Brandon Walsh em Os Goonies (1985) e Daniel LaRusso em Karatê Kid 2 e 3 (1986 e 1989). Mas a sua voz ficou marcada por toda uma geração após interpretar a versão nacional de Kuzco em A Nova Onda do Imperador (2000) e de Kenai em Irmão Urso (2003).
- Chico Anysio
O talento do humorista caiu como uma luva para dar voz ao rabugento e apaixonante Carl Fredericksen, de Up — Altas Aventuras (2009). O desempenho de Chico Anysio foi amplamente elogiado e passou longe de mostrar que era a sua primeira experiência como dublador — as suas muitas décadas dando vida a incontáveis personagens ajudaram neste processo. Dar voz ao senhor Fredericksen, por sinal, foi um dos últimos trabalhos do comediante, que faleceu três anos depois, em 2012.
- Lúcio Mauro Filho
O ator assumiu a missão de dar voz ao Po, personagem principal de Kung Fu Panda (2008). E o trabalho não era fácil, pois, na versão original, o animal lutador era interpretado com muita personalidade por Jack Black. O resultado? Lúcio Mauro Filho tirou de letra e a voz do Po no Brasil encaixou perfeitamente no personagem. Vale lembrar que, até então, o trabalho do ator como dublador se resumia ao limão da propaganda da Pepsi Twist. Começou tomando conta!
- Leandro Hassum
O comediante assumiu o desafio de dar voz a um personagem que, teoricamente, é um vilão, mas que é, ao mesmo tempo, um querido e atrapalhado pai de três meninas — além de uma legião de Minions. Originalmente dublado por Steve Carell, Gru, o protagonista da trilogia Meu Malvado Favorito, ganhou no Brasil uma personalidade própria e a voz de Leandro Hassum se encaixou perfeitamente no personagem — e o humorista, inclusive, parece se divertir à beça dando vida a Gru, com seu sotaque irreconhecível e seus planos malignos que quase nunca dão certo.
Os que não agradaram
- Luciano Huck
No já distante ano de 2010, Luciano Huck decidiu acrescentar uma nova atividade em seu caldeirão e encarou a dublagem de Flynn Ryder em Enrolados, animação da Disney. E, bem, o resultado não foi bem a "loucura, loucura, loucura" que o apresentador devia estar esperando. Muitos espectadores do filme rasgaram críticas ao trabalho de Huck, que não entregou uma performance no nível da dublagem brasileira, que é amplamente elogiada.
- Whindersson Nunes
Pense no Jackie Chan. Agora, pense na voz dele. Provavelmente, você não imaginou que ela pudesse, em algum momento, ser a mesma do Whindersson Nunes, não é? Pois bem, o humorista, em 2020, decidiu se arriscar no mundo da dublagem e deu voz a ninguém menos que o ídolo das artes marciais do cinema no filme Contos do Caçador de Sombras. O trabalho foi bem criticado, inclusive pelos próprios fãs de Whindersson, que comentaram no canal do comediante que a voz não encaixou, principalmente por Chan já ter um dublador oficial no Brasil.
- Pitty
Saindo um pouco do mundo dos filmes — mas nem tanto, já que os games estão cada vez mais cinematográficos —, Pitty deu voz para Cassie Cage no game Mortal Kombat X, em 2015. E as falas da cantora, durante as animações do jogo, geraram várias críticas dos fãs da saga de luta. Em uma das introduções da personagem, inclusive, Pitty diz "eu acho que vou equalizar a sua cara", em referência a sua própria música.