Os vikings estão em alta. E cada vez mais eles invadem a cultura pop e cravam os seus machados em grandes produções. A Era Viking, que durou de 793 a 1066, transformou o mundo nórdico e gerou grande fascínio sobre este povo. Com o passar dos anos, os seus feitos estiveram presentes em óperas, em obras de arte, em livros, no audiovisual, nos games, nas revistas em quadrinhos e, até mesmo, nas tirinhas de jornal, — com Hagar, o Horrível —, mas nunca foram tão badalados quanto nos últimos anos.
Do fim dos anos 2000 para cá, uma enxurrada de produções com a temática viking foi entregue ao público, que consumiu tudo com a força dos deuses e pedia, irado, por mais — a mais recente é O Homem do Norte, do diretor Robert Eggers, que está nos cinemas. Mas, afinal, como começou esta nova onda de adoração aos guerreiros nórdicos? Podemos adiantar que a lança que atingiu em cheio o peito dos fãs foi a série Vikings, é claro, mas outras obras orbitaram esta produção, ajudando na invasão. Confira alguns exemplos abaixo.
A Lenda de Beowulf (2007)
Uma das primeiras grandes incursões do cinema na cultura nórdica nos últimos 15 anos foi com o revolucionário A Lenda de Beowulf, produção realizada com captura de movimentos pelo premiado cineasta Robert Zemeckis. A história gira em torno do mito de Beowulf (Ray Winstone), uma das lendas orais mais antigas da língua inglesa, que foi adaptada por Neil Gaiman, de Sandman, e pelo o co-roteirista de Pulp Fiction, Roger Avary. Na trama, o reino do monarca Hrothgar é destruído por um monstro devorador de homens chamado Grendel. O guerreiro viking Beowulf desembarca no local com a missão de eliminar a fera e virar um herói. O longa conta com um elenco de peso, com nomes como Angelina Jolie e Anthony Hopkins. Disponível na HBO Max.
Como Treinar o Seu Dragão (2010 – 2019)
Iniciada em 2010, a trilogia Como Treinar o Seu Dragão conseguiu explorar o outro lado da lenda dos vikings, que sempre os pintou como bravos guerreiros. Na animação, que soma seres fantásticos à história, um jovem inseguro pelo fardo que carrega de se tornar um grande herói, acaba fazendo amizade com uma fera que é a principal ameaça de sua aldeia, um dragão da raça Fúria da Noite, o Banguela. A partir disso, uma história cheia de companheirismo, lealdade e com o objetivo de mostrar que as aparências enganam emociona crianças e adultos. E a fórmula bem-sucedida se repetiu nas duas sequências do filme, lançadas em 2014 e 2019. Nelas, a cultura nórdica é explorada com bastante profundidade, inclusive, mostrando a criatividade para criar ferramentas que os vikings tinham. O primeiro e o segundo filmes estão disponíveis na Netflix. O terceiro pode ser alugado nos serviços on demand.
Vikings (2013 – 2020)
Foi em Vikings, porém, que o fenômeno ganhou ainda mais tração e a lenda de Ragnar Lothbrok (Travis Fimmel) apunhalou corações pelo mundo, angariando uma horda de fãs — tatuagens com o rosto do protagonista da série viraram febre, por exemplo. A produção, original do History Channel, mas que se popularizou no Brasil pela Netflix, acompanha a vida de Ragnar, o maior guerreiro de sua era, em sua ascendente trajetória para se tornar o líder de seu povo. A série, que explora as lendas nórdicas — inclusive a de que Ragnar é descendente direto de Odin — também caprichou nas cenas de batalha e nas relações entre os personagens, que são construídos com bastante complexidade. Essa visão mais intimista daquela sociedade ajudou a levar o público para dentro da história e se apaixonar por aquele mundo. O seriado durou seis temporadas e acabou gerando um derivado, Vikings: Valhalla (2022), que se passa um século depois da atração original. Todas as temporadas estão disponíveis na Netflix.
The Last Kingdom (2015 – 2022)
No embalo do sucesso de Vikings, The Last Kingdom levou para as telas uma adaptação da série de livros de Bernard Cornwell, Crônicas Saxônicas. A produção, que durou cinco temporadas, se passa no século 9 e acompanha uma Inglaterra que caiu perante as invasões vikings. Apenas o grande reino de Wessex continua a desafiar as probabilidades e se mantém em pé, graças ao rei Alfred (David Dawson). Em meio a este tempo turbulento vive Uhtred (Alexander Dreymon), filho de um nobre saxão que ficou órfão e foi criado pelos vikings como um dos seus. Forçado a escolher entre seu país de nascimento e as pessoas que o acolheram, sua lealdade é testada constantemente. Na jornada para recuperar o seu direito de nascimento, Uhtred deve lidar com os dos dois lados da moeda para cumprir seu papel no nascimento de uma nova nação. Todas as temporadas estão disponíveis na Netflix.
Assassin's Creed: Valhalla (2020)
Também tem jogo. Enquanto God of War, de 2018, explora a cultura nórdica, mas se passa em uma era anterior a dos vikings, Assissin's Creed: Valhalla, 12º capítulo da franquia desenvolvida pela Ubisoft, mergulha com tudo no mundo dos guerreiros nórdicos. No game, que se passa no século 9, o jogador assume o controle de Eivor, um viking que lutou na invasão nórdica da Inglaterra. O título, por se passar na mesma época da série Vikings, compartilha alguns personagens da atração e ainda tem como objetivo a construção de assentamentos para o povo que segue o protagonista da história, colocando o jogador para viver como o povo nórdico da época. Assassin's Creed: Valhalla está disponível para Xbox Series X, PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox One e PC.
O Homem do Norte (2022)
A mais recente conquista dos vikings na cultura pop foi com O Homem do Norte. O filme, conduzido por Robert Eggers, diretor cultuado por A Bruxa e O Farol, conta a trajetória de vingança do príncipe Amleth (Alexander Skargård), que presenciou o assassinato de seu pai (Ethan Hawke) pelas mãos de seu tio, Fjölnir (Claes Bang), e cresce determinado a se vingar — pelos meios sangrentos dos vikings. Após ouvir a profecia de uma bruxa misteriosa (Björk), ele se infiltra como escravo na propriedade do tio e trama sua revanche junto com uma jovem feiticeira eslava (Anya Taylor-Joy). O longa, o mais caro já desenvolvido por Eggers, entrega um banho de sangue, tripas e cabeças decepadas. E, ao mesmo tempo, crava a sua espada no panteão dos grandes filmes de 2022. O longa está em cartaz nos cinemas brasileiros.