Os estúdios Miramax abriram um processo contra o diretor Quentin Tarantino questionando seu direito de vender objetos de arte virtuais ou cenas não utilizadas de seu roteiro de Pulp Fiction. A denúncia foi apresentada na terça-feira (16), em Los Angeles, Estados Unidos.
O cineasta anunciou, no início do mês, seus planos de fazer NFTs baseados em sete cenas do roteiro manuscrito que não foram usadas no filme. Cada um conteria um comentário "exclusivo" em áudio do diretor revelando um "segredo" sobre o longa e seu criador.
Os NFTs são certificados de autenticidade associados a um objeto virtual. Os sete anunciados por Tarantino devem ser leiloados e somente o comprador terá acesso ao seu conteúdo, podendo decidir se o revela ou não ao público.
No entanto, a Miramax, que produziu Pulp Fiction em 1994, acredita que Tarantino está excedendo seus direitos e qualifica esta operação como "quebra de contrato". De acordo com a denuncia, o estúdio escreveu ao diretor pedindo-lhe que desistisse de seus projetos de NFTs, afirmando que detinha todos os direitos do roteiro de Pulp Fiction.
O cineasta por sua vez, alegou ter "direitos reservados" que lhe permitiam, em particular, publicar cenas do filme em forma escrita. A Miramax, porém, acredita que o projeto de NFTs ultrapassa esse formato e pediu ao tribunal para bloquear a implementação do projeto, processando Tarantino por um valor não especificado.
"O comportamento de Tarantino obrigou a Miramax a registrar esta queixa contra um estimado funcionário para fazer cumprir e proteger seus direitos intelectuais e contratuais sobre um dos filmes mais icônicos e valiosos da Miramax", escreveu a empresa. A iniciativa do premiado diretor "pode levar alguns a pensar que têm o direito de realizar negócios semelhantes, quando na verdade é a Miramax que tem o direito de desenvolver e comercializar NFTs em relação ao seu extenso catálogo de filmes", acrescentou.