Trabalhadores da indústria audiovisual de Hollywood determinaram, nesta quarta-feira (13), um prazo final para que os estúdios cumpram suas demandas por melhorias no emprego. Do contrário, cerca de 60 mil pessoas entrarão em greve na próxima segunda-feira (18).
A Associação Internacional de Funcionários de Palco de Teatro (Iatse, na sigla em inglês) — que abriga também operadores de câmeras, montadores de cenários e figurinistas — vem conversando com representantes da indústria, que tem nomes como Disney, Warner, e Netflix. A Iatse diz que, apesar de meses de negociações, os estúdios de Hollywood ignoraram suas demandas por períodos de trabalho mais curtos, intervalos mais longos entre os turnos e salários mais altos para aqueles que ganham menos.
— O ritmo da negociação não reflete nenhum senso de urgência. Sem uma data de término, poderíamos continuar conversando para sempre. Nossos membros merecem ter suas necessidades básicas atendidas agora — afirmou o presidente da Iatse, Matthew Loeb.
Agora que a produção de cinema e televisão tenta voltar aos trilhos após as paralisações por conta do coronavírus, a Iatse quer penalidades mais duras a serem aplicadas às produções que obrigam seus membros a trabalhar durante os intervalos para o almoço. O sindicato também criticou Hollywood por não atualizar os baixos salários dos funcionários que trabalham nos projetos das plataformas de streaming, que têm orçamentos comparáveis aos gigantes tradicionais de Hollywood.
A Associação de Produtores de Cinema e Televisão, que representa a maioria dos estúdios e redes de televisão, ainda não respondeu a um pedido da AFP para comentar sobre a situação. Em declarações recentes à imprensa dos Estados Unidos, a associação disse que fez concessões salariais e contratuais ao Iatse.
Os membros da Iatse votaram na semana passada a favor de uma greve se as negociações fracassassem. A última grande paralisação de Hollywood que causou problemas nas programações de produção foi a greve dos roteiristas de 2007-2008.