É quase um conto de fadas às avessas. Leonardo (Marcos Veras) é um pediatra bem-sucedido e com a vida regrada, e Manuela (Nathalia Dill), uma professora de vôlei cheia de independência. Se fosse preciso encontrar a esportista calçando um sapatinho de cristal, Leo nunca chegaria até ela, porque Manu odeia andar de salto. Essa dupla de opostos é o que embala Um Casal Inseparável, em cartaz nos cinemas desde quinta-feira (9).
Com direção de Sérgio Goldenberg (que também assina o roteiro com George Moura), a comédia romântica aposta em um casal bem diferente dos clichês. Enquanto Leo é quase um príncipe encantado — com um passado mulherengo, no entanto —, Manu é uma mulher que toma as rédeas de sua própria vida, em tudo o que faz.
Os dois se encontram de forma aleatória, após o médico ter deixado o carro em cima da calçada, próximo à região de treino de Manu. Pode até ser ele quem a chama para um primeiro encontro, mas o filme revela aos poucos quem é a dominadora da relação.
— O Sérgio sempre diz que quem pega ali é a Manu, ela quem segura o Leo (risos), porque ele cede, pondera, mas a Manu é a líder de tudo, para mostrar que o feminino está cada vez mais forte. Que as mulheres tomam as rédeas de suas vidas e não dependem de homem para fazer as coisas — acredita Veras, em entrevista por telefone a GZH.
O relacionamento do casal se desenvolve, mas acaba abalado pela reaparição de uma antiga colega de Leo, Cristina (Danni Suzuki). Nos bastidores, a mãe de Manu, Esther (Totia Meirelles), insiste que o namoro dos dois não pode terminar e tenta salvar a situação. Mas, considerando a firmeza da jogadora de vôlei, nem tudo será tão simples assim.
Com um tom de entretenimento que recorda uma novela das sete, o filme tem algumas piadas leves e não surpreende em seu desfecho. Os diálogos finais, no entanto, até podem emocionar os mais românticos e, como pontua Veras, o longa trata-se de uma oportunidade de sair apaixonado da sala de exibição.
— Esse conceito de alma gêmea é muito pesado, é uma responsabilidade enorme na outra pessoa esse lance de encontrar a "metade da laranja". Às vezes, um terço dela já está lindo (risos), e o filme traz isso: os dois com seus defeitos e qualidades. E nada disso importa, e sim que um faça o outro crescer.