Confirmando seu favoritismo, Nomadland foi premiado com a estatueta de melhor filme na 93ª edição do Oscar. Antes, o drama já havia vencido na categoria de melhor direção, cuja estatueta foi para Chloé Zhao. A seguir, a estrela do longa foi consagrada: Frances McDormand recebeu a estatueta de melhor atriz — seu terceiro Oscar na categoria, que havia conquistado antes com Fargo, em 1997, e Três Anúncios Para Um Crime, em 2018.
Em seu discurso de agradecimento, Frances fez um apelo para que o público vá ao cinema e, repentinamente, uivou no palco:
— Vejam este filme na maior tela possível. E um dia, muito, muito em breve, leve quem você conhece a um cinema, ombro a ombro, naquele escurinho, e assista a todos os filmes apresentados aqui esta noite. Nós demos este aqui para o nosso lobo. Auuuu!
Ainda sem previsão de estreia no Brasil, Nomadland era o concorrente a melhor filme mais tarimbado: venceu o Leão de Ouro, principal prêmio do Festival de Veneza, em 2020; no Festival de Toronto do ano passado, abocanhou o People's Choice Awards, honraria máxima do evento canadense; no Gotham Awards, realizado em 2021, venceu como melhor filme, entre outros prêmios. Também ganhou na categoria de melhor filme de drama do Globo de Ouro.
Indicado para seis categorias no Oscar, Nomadland saiu com três estatuetas da cerimônia. No filme, Frances vive Fern, uma nômade que cai na estrada após perder o marido e o emprego, durante a crise econômica de 2008. A história é baseada no livro de não ficção Nomadland: Surviving America in the 21st Century, da jornalista Jessica Bruder.
Frances fez história também a primeira vez que uma mulher concorre como protagonista e produtora de um mesmo longa. No caso, ela disputava tanto na categoria de melhor atriz como também na de melhor filme — e venceu em ambas. Ao longo da história da premiação, essa situação só se repetiu com atores homens, como Clint Eastwood e Bradley Cooper. Barbra Streisand e Oprah Winfrey chegaram a concorrer como atrizes e produtoras, mas não receberam indicações por um só filme.
Ao receber o Oscar de melhor direção por Nomadland, a cineasta Chloé Zhao se tornou a segunda mulher a vencer na categoria, em 93 anos de premiação. Antes dela, apenas Kathryn Bigelow foi contemplada com a estatueta, por Guerra ao Terror (2008). Nascida em Pequim, na China, Zhao também foi a primeira mulher não-branca a ser indicada na categoria. E, é claro, a primeira chinesa também.
Além de Nomadland, também concorreram na categoria de melhor filme os seguintes longas: Meu Pai, Judas e O Messias Negro, Mank, Minari, Nomadland, Bela Vingança, O Som do Silêncio e Os 7 de Chicago.