Tudo Bem no Natal que Vem, a mais recente comédia de Leandro Hassum, figurou no Top 10 da Netflix em diversos países, alcançando inclusive a liderança no Brasil. Em entrevista ao Estadão, Hassum falou sobre o fato de ser comparado a Adam Sandler, comentou as diversas dublagens de seu personagem, a possibilidade de uma continuação do especial e sua ideia de fazer um filme "ao estilo Os Mercenários" — no sentido de reunir grandes nomes da comédia brasileira.
Adam Sandler brasileiro?
Sobre a comparação com o astro Adam Sandler, que esteve à frente de filmes como Gente Grande, Como se Fosse a Primeira Vez e Click — que também fala sobre passagem do tempo e relação familiar, assim como Tudo Bem no Natal que Vem — o ator se diz contente.
— Fico mega honrado. Eu e o Adam Sandler temos um formato de comédia diferente, até porque o estilo da comédia americana é bem diferente da nossa, brasileira. Acho que somos mais exigentes no sentido da comédia, então fico ainda mais feliz com a comparação — diz.
— Sou admirador do Adam Sandler e principalmente do respeito que ele conquistou no universo da comédia americana e que lhe permite trazer para os projetos dele participações de talentos incríveis da comédia e juntá-los num único projeto — completa.
"Os Mercenários" da comédia brasileira
— Esse é um dos meus maiores desejos, unir e produzir um filme ou série com vários dos talentosíssimos comediantes que temos no Brasil e fazer esta conexão com nossos públicos se complementando, assim como tivemos nos Estados Unidos Os Mercenários, um thriller de ação com Stallone, Schwarzenegger, Bruce Willis, Van Damme... Imagina algo parecido com comediantes de estilos diversos, mas complementares? Vamos? — almeja.
Repercussão internacional
O novo filme de Leandro Hassum chegou a figurar no Top 10 da Netflix em países como Portugal, Alemanha, México, França, Itália e Estados Unidos. O ator comenta que aproveitou o embalo para assistir às diversas versões de sua voz em outras línguas.
— Eu assisti todas as dublagens, me diverti, mas também achei muito esquisito... É estranho se ouvir em línguas que nem sabia que existiam. Brincadeira. A mais próxima ao meu registro de voz e que tem quem acha que eu dublei foi em espanhol, e o mais estranho é entender como as piadas são traduzidas. Mas foi uma experiência deliciosa! — diz.
"Sou fiel ao meu público"
— Como não me canso de dizer: sou muito fiel ao meu público e ao humor de identificação que esperam de mim, e a equipe toda valoriza isso e me permite criar neste registro — prossegue Hassum, sobre o motivo da repercussão do longa.
Em seguida, continua:
— Neste projeto nos dedicamos a nos comunicar com o brasileiro ampla e irrestritamente, tentando representar um pouquinho de todos os perfis de membros de uma família. Você vai identificar alguém ali...
— Não posso dizer que esperava, racionalmente, a repercussão tanto aqui e no mundo. Foi uma surpresa maravilhosa ver nossa arte, nossa cultura, nosso Natal, que é unicamente brasileiro, estar presente em mais de 180 países e o mais incrível: sendo aceito e admirado pelo mundo — afirma. — Nada me orgulha mais e me deixa mais grato e lisonjeado do que nosso público brasileiro. Foi uma conexão mágica, indescritível, as pessoas captaram a mensagem na sua pureza e pluralidade— acrescenta.
Mensagens dos fãs
Leandro Hassum também destaca os relatos que tem recebido de fãs que assistiram ao filme.
— Pessoas que despertaram, de algum modo. Ou para olhar para sua família, ou para ceder uns minutos aos seus filhos, ou para ligar para seus pais — diz. —Recebi mensagens de um pai que resolveu até montar árvore de Natal com a filha. Simples gestos que unem e que promovem o que há de mais importante: o valor dos momentos! — conclui.
Possível continuação
Sobre possibilidade de uma sequência ou produção parecida, Leandro Hassum se entusiasma:
— Eu amei tanto o filme e o propósito dele que já topei. Onde posso assinar? —brincou. — Mas falando sério, ainda não sabemos sobre a continuidade deste em especial. Mas, como digo, o Paulo Cursino, roteirista, é minha voz criativa e dá forma ao meu timo de construção ou atuação. Então, se ele me escreve indicando que pensou em algo, só respondo que já topei, sem ler — continua.