Ação, aventura, ficção científica, romance: não há limites cinematográficos na história de Keanu Reeves. Ele foi até transformado em animação, na produção O Homem Duplo (2006). Tal qual Neo e seus talentos de Kung Fu, o sucesso parece vir bastante facilmente ao grande crush da internet.
Apesar de ser o queridinho das redes sociais em tempo integral, ele mantém uma prolífera carreira na indústria cinematográfica. Estrelando filmes há pelo menos 35 anos — com papéis na televisão há ainda mais tempo —, sua filmografia já soma mais de meia centena de obras. Ao longo de todos esses anos, ele surgiu em filmes aclamados, rechaçados, que se tornaram clássicos ou motivo de riso.
Para compor esta lista, GZH fez um levantamento de todos os filmes com Keanu. Comparamos a aprovação alcançada pelos títulos com o ator em sites especializados: foram considerados o score no Metacritic (o "metascore"), a aprovação no Rotten Tomatoes (o "tomatometer"), assim como a nota do público no IMDb. Uma média das três avaliações (colocadas na mesma escala) pode ser vista nos tópicos a seguir.
ALTO ⬆️: Juventude Assassina (1986)
Aos 22 anos, depois de papéis coadjuvantes em séries televisivas e em alguns filmes, Keanu teve seu primeiro grande papel no drama independente Juventude Assassina (1986), de Tim Hunter. A trama sombria, ambientada em uma pequena cidade dos EUA, gira em torno de um rapaz que mata a própria namorada. Seus amigos decidem o ajudar a acobertar o crime - Keanu dá vida a Matt, um desses colegas. Depois da estreia no Festival de Toronto, a produção recebeu o prêmio de melhor filme no Independent Spirit Awards. Média 76,67.
ALTO ⬆️: Ligações Perigosas (1988)
Considerada a melhor adaptação para o cinema do livro Les liaisons dangereuses, de Choderlos de Laclos, o filme de Stephen Frears destaca as maquinações da ardilosa dupla Marquesa Isabelle de Merteuil (Glenn Close) e Sebastian Valmont (John Malkovich). Ainda no início de sua carreira, Keanu interpretou Raphael Danceny, o professor de música da jovem Cécile (Uma Thurman), uma das vítimas dos protagonistas. Média 81,00.
ALTO ⬆️: Garotos de Programa (1991)
Depois de alguns trabalhos com uma recepção média, como Te Amarei Até te Matar (1990) e Caçadores de Emoção (1991), Keanu estrelou este longa de Gus Van Sant ao lado de River Phoenix. O filme consolidou a marca do diretor: abordar com sensibilidade dilemas e conflitos da juventude. Na história, Phoenix vive um rapaz problemático que sofre de narcolepsia e se prostitui nas ruas na companhia de um jovem rico (Reeves) – este, por sua vez, vê no ofício uma forma de se vingar da família. Média 75,67.
MÉDIO: Drácula de Bram Stoker (1992)
Uma versão de Francis Ford Coppola sobre o vampiro mais conhecido da história. Gary Oldman dá vida ao Drácula, enquanto Anthony Hopkins interpreta o professor Van Helsing, Winona Ryder, a reencarnação da amada do vampiro, e Keanu fica com o papel de noivo dela. Apesar de não ser um sucesso retumbante, os críticos no Rotten Tomatoes ressaltam que a visão de Coppola "resgata o personagem de décadas de interpretações exageradas — e apresenta algumas performances incríveis". Média 67,33.
ALTO ⬆️: Velocidade Máxima (1994)
Os anos 90 continuaram uma década de ouro para Reeves, que em 1994 estrelou Velocidade Máxima, de Jan de Bont. No próprio Rotten Tomatoes, é a produção com o ator de maior aprovação entre os críticos: 94%. A trama se desenrola dentro de um ônibus que, após ser sabotado por um psicopata, precisa seguir em alta velocidade para não explodir. Reeves é o especialista da SWAT que deve salvar o dia, contando com a ajuda de uma passageira (Annie, interpretada por Sandra Bullock). Média 81,33.
BAIXO ⬇️: Paixão Bandida (1996)
Mas mesmo em seus primeiros anos de sucesso, nem tudo foram flores na carreira de Keanu. Em 1996, ele estrelou junto a Cameron Diaz a comédia de humor ácido Paixão Bandida, de Steven Baigelman. Na história, Keanu interpreta um ex-presidiário que se apaixona pela noiva do irmão trapaceiro, uma ex-stripper que aceitou se casar apenas para pagar uma dívida. Os dois decidem fugir juntos, mas a fuga não é tão simples. No geral, nem o público nem a crítica tiveram coisas boas a dizer da produção: no IMDb, a nota geral dos usuários foi de 5,4; o Metascore ficou em 30 pontos; e, no Rotten Tomatoes, a aprovação veio em apenas 14% das críticas. Média 32,67.
ALTO ⬆️: Matrix (1999)
Depois de mais de uma década de filmes de considerável qualidade — o maior escorregão além de Paixão Bandida foi Até as Vaqueiras Ficam Tristes (1993) — Keanu entrou para a história com Matrix (1999). A obra Lilly e Lana Wachowski (à época, Andy e Larry), é considerada um dos ícones da ficção científica no cinema, além de ter revolucionado os efeitos especiais e cenas de ação.
Na história, o hacker Neo (Keanu) descobre que o mundo ao seu redor não é real, mas um resultado da Matrix: a simulação na qual todos estão mergulhados, controlada por uma inteligência artificial que subjugou a humanidade. Para libertar os homens, ele conta com o auxílio de Morpheus (Laurence Fishburne) e Trinity (Carrie-Anne Moss). O filme teve duas continuações, Matrix Reloaded e Matrix Revolutions (ambas de 2003), mas nenhuma alcançou o prestígio do longa original. Média 82,67.
BAIXO ⬇️: O Observador (2000)
O thriller O Observador, de Joe Charbanic, foi um indicativo de que os anos 2000 não seriam tão bons para os fãs de Keanu como foram os anos 90. Na sequência, sairiam nos cinemas obras como Virando o Jogo (2000) e Doce Novembro (2001), consideradas parte dos momentos baixos de sua carreira. Além disso, as bolas fora seriam alternadas com filmes medianos, longe da qualidade de sucessos anteriores, como O Dom da Premonição (2000), Impulsividade (2005) e Constantine (2005). Aqui, especificamente, trata-se de um mistério sobre um serial killer (Keanu) que está perseguindo um agente aposentado do FBI. Média 28,67.
ALTO ⬆️: O Homem Duplo (2006)
Um respiro a Reeves neste período foi O Homem Duplo (2006), de Richard Linklater, uma espécie de animação inovadora que transformou os atores em ilustrações. Inspirado no livro homônimo de Philip K. Dick, o filme se passa em um futuro próximo, em que os EUA perderam a guerra contra as drogas. Keanu interpreta um policial de narcóticos que se infiltra tão profundamente em seu trabalho, que se torna um viciado. Também estão presentes na produção Robert Downey Jr. e Winona Ryder. Média 70,67.
MÉDIO: A Casa do Lago (2006)
Um romance dramático envolto em mistérios temporais. Assim é A Casa do Lago (2006), em que Keanu interpreta um arquiteto e contracena mais uma vez com Sandra Bullock, que aqui é uma médica solitária. Ambos moram na mesma casa com vista para um lago, mas não sabem que estão em tempos diferentes: ela, em 2006; ele, em 2004. Para se comunicar, eles usam cartas. Um ponto médio na carreira do ator, como vários deste período de sua carreira, o filme de Alejandro Agresti não foi um grande sucesso nem com o público, nem com a crítica — apesar de ter garantido aprovações equilibradas nos sites especializados, ficando com a média 51,67.
BAIXO ⬇️: O Dia em que a Terra Parou (2008)
No final dos anos 90, Keanu fez história com Matrix, com seus efeitos especiais revolucionários. Menos de 10 anos depois, contudo, foi a utilização em excesso dessa ferramenta, sem a devida atenção à história do filme, que sentenciaram O Dia em que a Terra Parou (2008) como um dos pontos baixos da carreira do ator. A obra de sci-fi é um remake do clássico de 1951, sobre uma visita alienígena à Terra. Média 38,67.
ALTO ⬆️: John Wick: De Volta ao Jogo (2014)
Depois de dois longas com avaliações pífias, Sem Destino (2012) e 47 Ronins (2013), além de algumas obras medianas — A Ocasião Faz o Ladrão (2010) e O Homem do Tai Chi (2013, dirigido pelo próprio ator) — Keanu Reeves de fato voltou ao jogo com John Wick. A série teve início ainda em 2014 com o longa de Chad Stahelski. Na produção, o assassino de aluguel aposentado John Wick foi apresentado ao público. Na época, ele precisou voltar à ação para vingar seu cachorro, um presente de sua falecida esposa, morto por ladrões.
Diferentemente da experiência de Reeves com Matrix, contudo, a saga de Wick apenas melhorou com o tempo. Os três filmes da franquia tem média altas: 76,33 (De Volta ao Jogo, 2014); 79,67 (Um Novo Dia para Matar, 2017); e 79,33 (Parabellum, 2019). O sucesso, com uma bilheteria de US$ 579 milhões ao redor do mundo, garantiu mais duas sequências.
BAIXO ⬇️: Sibéria (2018)
Enquanto John Wick conquistava o mundo, Keanu manteve a agenda cheia, com inúmeros projetos paralelos. Ele teve papéis secundários em produções de sucesso, como Meu Eterno Talvez (2019), além de ser o narrador do elogiado documentário Mifune: The Last Samurai (2015). Alguns de seus filmes no período tiveram uma recepção mista, como Demônio de Neon (2016) e Amores Canibais (2016). Outros, no entanto, não conquistaram quase ninguém: Filha de Deus (2016), Cópias - De Volta à Vida (2018) e Sibéria (2018). Este último, por exemplo, teve nota 4,3 no IMDb. Com direção de Matthew Ross, o filme mostra um negociador de diamantes em busca do seu sócio em terras russas. Média 29,67.
ALTO ⬆️: Bill & Ted: Encare a Música (2020)
Já falamos de Matrix e John Wick. Mas há uma terceira franquia de sucesso que vem acompanhando a carreira de Keanu desde o início: Bill & Ted. Trata-se de uma série de filmes que une ficção científica e comédia, sobre uma dupla de metaleiros que viaja no tempo, que começou ainda em 1989 com Bill & Ted: Uma Aventura Fantástica; e retornou em 1991 com Bill & Ted: Dois Loucos no Tempo. Agora, 30 anos depois, eles estão de volta com Bill & Ted: Encare a Música (2020). E foi um sucesso: 82% de aprovação no Rotten Tomatoes e o consenso positivo: "Tão totalmente pateta quanto seus heróis, Bill e Ted é uma rara sequência tardia que recupera em grande parte o charme original da franquia". Média 69,67.