Uma das maiores atrizes brasileiras, Sônia Braga completa 70 anos nesta segunda-feira, dia 8 de junho. Ela é nacionalmente conhecida desde os anos 1970, quando interpretou Gabriela na novela homônima da Globo.
Nos anos seguintes, permaneceu nos holofotes com outra história de Jorge Amado, Dona Flor e seus Dois Maridos, que levou mais de 10 milhões de espectadores aos cinemas — um recorde que foi desbancado apenas na última década. Do Brasil, sua carreira a levou até os Estados Unidos.
Nos últimos anos, com participação nos longas Aquarius e Bacurau, ela voltou às suas raízes no cinema brasileiro. Os dois filmes ganharam reconhecimento internacional, além de causar polêmicas e discussões dentro do país, graças ao seu teor político.
A seguir, relembre sete filmes que marcaram a carreira de Sônia Braga.
Dona Flor e seus Dois Maridos (1976)
Filme de Bruno Barreto, ainda tem José Wilker e Mauro Mendonça no elenco. Esta adaptação de Jorge Amado foi um fenômeno em seu lançamento, estando entre as maiores bilheterias do cinema nacional. Na história, Sônia interpreta a Dona Flor, uma viúva recente que se casa outra vez, com um homem pacífico e ordeiro, bem diferente do seu saudoso e inconsequente ex-marido. Este, entretanto, se faz presente em espírito, criando um inusitado triângulo amoroso.
A Dama do Lotação (1978)
Longa de Neville d'Almeida, inspirado pelo conto homônimo de Nelson Rodrigues, foi outro sucesso de bilheteria no Brasil. Na obra, Sônia interpreta Solange, uma jovem que se casa com o namorado de infância. Após uma noite de núpcias traumática, no entanto, em que o marido a estupra, ela não consegue mais ter desejo por ele. Assim, tenta se "curar" saindo com novos homens, que passa a encontrar dentro da lotação.
Eu Te Amo (1981)
Filme de Arnaldo Jabor, com Paulo César Pereio e Vera Fischer. Sônia Braga conquistou um Kikito de melhor atriz, no Festival de Gramado, por sua interpretação no longa. Ela vive uma prostituta, Maria, que se envolve com um industrial falido, que perdeu seu dinheiro em meio ao Milagre Econômico dos anos 1970. Na esteira da crise pessoal, ele também acabou de perder a esposa, Bárbara (Vera Fischer).
Gabriela (1983)
Depois do sucesso da novela Gabriela, de 1975, em que Sônia interpretava o papel-título, foi feito um remake da obra, inspirada no romance de Jorge Amado Gabriela, Cravo e Canela. No filme, dirigido por Bruno Barreto, ela foi de novo a personagem principal, uma jovem fugindo da seca que desembarca na cidade de Ilhéus, na Bahia de 1925, e conquista a todos os homens com sua beleza e sensualidade.
O Beijo da Mulher Aranha (1985)
Filme do diretor Hector Babenco, argentino naturalizado brasileiro, adaptado do romance homônimo de Manuel Puig. A história narra a relação que surge entre um prisioneiro político, Valentín, e um homossexual preso por "comportamento imoral", durante o regime militar. Sônia interpreta a namorada de Valentín, de quem ele está separado. Foi o papel de estreia dela em Hollywood.
Aquarius (2016)
Segundo longa de ficção do diretor Kleber Mendonça Filho, tornou-se um dos filmes brasileiros mais discutidos nos últimos anos por suas qualidades formais e também como fato político. De volta ao protagonismo no cinema nacional, Sônia é a protagonista, uma jornalista que resiste à pressão da construtura interessada no seu apartamento à beira-mar da praia de Boa Viagem, em Recife.
Bacurau (2019)
Dirigida por Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, a produção se passa em um futuro próximo, no nordeste brasileiro, e gira em torno de um povoado que se vê assombrado por estranhos fenômenos. Literalmente apagada do mapa, a comunidade isolada, que vive utópica convivência entre as diferenças, se vê ameaçada por violentos invasores estrangeiros. Aqui, Sônia vive Domingas, médica da comunidade e espécie de figura de autoridade moral.