Ratinho amarelo com uma bolinha vermelha em cada bochecha, rabo em formato de raio e que dispara choques elétricos. Onipresente na cultura pop, impossível não deparar com Pikachu em uma vastidão de produtos: pelúcias, pantufas, cartas de baralho, quadrinhos, jogos, bonecos, camisetas, toucas. Pikachu é um dos principais e mais carismáticos personagens da franquia Pokémon. Após brilhar no videogame e em séries e longas-metragens animados, o monstrinho protagoniza agora Detetive Pikachu, que entra em cartaz nesta quinta-feira (9) nos cinemas.
Criado pelo japonês Satoshi Tajiri, Pikachu surgiu nos jogos Pokémon Azul e Vermelho, do videogame portátil Game Boy, lançados em 1996. Apesar de ser descrito com um rato elétrico, ele é inspirado no coelho asiático Ili Pika (Ochotona iliensis). Seu nome é a junção de duas onomatopeias japonesas: “pika” simboliza eletricidade, enquanto “chu” é o barulho feito por ratos. Quando apareceu nos games, era personagem secundário. Pikachu passou a se tornar o principal mascote da franquia ao estrelar a série animada Pokémon, em 1997, como o monstro queridinho do treinador Ash Ketchun. A partir daí, o bichinho invadiu múltiplas plataformas.
A novidade em Detetive Pikachu é a criatura estrelar um filme live-action, que combina atores com computação gráfica. Se antes sua fala era limitada a variações de seu nome (“pika”, “pikapi”, “chuuu”), agora o roedor é um tagarela desenfreado. Na versão em inglês, Pikachu é dublado por Ryan Reynolds (de Deadpool), enquanto no Brasil sua voz é de Philippe Maia.
Filme dialoga melhor com conhecedores do universo
Dirigido por Rob Letterman (Goosebumps – Monstros e Arrepios), o longa se passa no universo em que humanos convivem com monstrinhos dotados de poderes. Treinadores capturam essas criaturas e as guardam em pokebolas. Na trama, Tim Goodman (Justice Smith) é um ex-treinador que trabalha como avaliador de seguros. Ele recebe a notícia de que seu pai, o detetive Harry, morreu misteriosamente em um acidente de carro. Tim parte para Remy City, uma metrópole moderna criada pelo filantropo Howard Clifford (Bill Nighy), onde humanos e pokémons convivem lado a lado.
Ao visitar o apartamento de seu pai, Tim encontra com Pikachu, ex-parceiro de Harry.
E junto com a aspirante a jornalista investigativa Lucy Stevens (Kathryn Newton), eles passam a investigar o que teria acontecido com o pai de Tim. Com a atuação protocolar de Justice Smith, o coração do filme é Pikachu, que entrega diálogos divertidos. O peludo carrega o longa nas costas.
Assim como Vingadores: Ultimato, que funciona melhor para o espectador que estiver familiarizado com o contexto dos outros filmes da Marvel, Detetive Pikachu traz mais recompensas para aquele que acompanhou a série animada ou jogou os games de Pokémon, pois contém muitas situações que referenciam esse universo.
Para quem nunca foi muito chegado aos monstrinhos, o filme pode remeter a Uma Cilada Para Roger Rabbit (1988), clássico da interação entre atores e personagens animados. Mas é um tanto mais confuso para um não iniciado. Abstraindo o universo Pokémon, Detetive Pikachu funciona como um filme policial noir estrelado por bichinhos.