Mais de 80 anos depois da morte do pioneiro do cinema Georges Méliès (1861-1938), a tumba do cineasta jaz esquecida em Père Lachaise Cemetery, um dos cemitérios mais famosos do mundo, em Paris. Ao lado de outros nomes importantes na arte, como Marcel Proust, Balzac, Édith Piaf e Oscar Wilde, o túmulo de Méliès está danificado, com manchas e ferrugens.
Com o intuito de transformar o local em atração para os cinéfilos que estejam na capital francesa, a bisneta do artista, Pauline Méliès, deu início a uma campanha de financiamento coletivo para arrecadar os fundos para a restauração. Ela faz questão de ressaltar que também pretende resgatar o legado do cineasta de outras formas: "Quero fazer mais por Georges. Eu quero que ele faça parte do século 21 e que mais pessoas ao redor do mundo compartilhem de sua poesia, sua originalidade e seu amor infinito pela criação".
Georges Méliès, que também era ilusionista, foi um dos primeiros a introduzir efeitos especiais no cinema, como duplicações e duplas exposições. Ele filmava a mesma cena diversas vezes, criando ilusões nas quais o personagem estava em dois lugares ao mesmo tempo. Outro truque do cineasta era pausar a filmagem e retirar um objeto de cena, fazendo parecer que havia desaparecido. Suas obras mais famosas são Viagem à Lua (1902) e Voyage à travers l'impossible (1904), duas histórias fantásticas inspiradas em obras do escritor Júlio Verne.
A campanha no Kickstarter teve início na última terça-feira (26) e já arrecadou mais de US$ 8,5 mil. O objetivo é ultrapassar os US$ 40 mil até 18 de abril. Mais detalhes sobre a iniciativa podem ser vistos no site do projeto.