Aos 74 anos, o ator Ney Latorraca recebeu nesta sexta-feira (24) o Troféu Cidade de Gramado, pela 46ª edição do Festival de Cinema de Gramado, no Palácio dos Festivais. A homenagem do município é dedicada aos profissionais do cinema.
Quem apareceu para entregar o troféu foi a atriz Claudia Raia, amiga do ator.
— Ele merece todas as homenagens do mundo, pelo ator que você é, pela pessoa que você é — destacou a atriz.
No palco, Ney contou que é neto de um gaúcho e desabafou:
— Não posso reclamar, deu tudo certo na minha vida. Vim de uma família pobre, mas éramos felizes na pobreza.
Por fim, ele fez um pedido:
— Queria pedir uma coisa para vocês: aplausos, que estou carente hoje.
Ao ser atendido, emendou:
— Mais forte. Em pé.
Natural de Santos (SP), Ney transitou pelo teatro, TV e cinema. Antes de se firmar como ator, trabalhou em banco, em loja de roupa feminina, foi vendedor de pedra semipreciosa. Após se matricular na Escola de Arte Dramática, começou a participar de algumas peças.
Entre os espetáculos que atuou estão Jesus Cristo Superstar (1972), O Mistério de Irma Vap (1986), O Médico e o Monstro (1994), O Martelo (1999) e Vamp – O Musical (2017).
Sua prolífica trajetória iniciou como figurante na TV Tupi. Atuou em minisséries como Anarquistas, Graças a Deus (1984) e Grande Serão: Veredas (1985). No programa humorístico TV Pirata (1988-89), daria vida ao Barbosa, um de seus personagens mais marcantes. Na novela Vamp, ele interpretaria outro papel que caiu nas graças do público: o vampiro Vlad. Ney também participou de novelas como Estúpido Cupido (1976), Rabo de Saia (1984), Éramos Seis (1994), Zazá (1997), O Beijo do Vampiro (2002), Negócio da China (2008) e na minissérie A Casa das Sete Mulheres (2003).
Com 24 filmes no currículo, ele atuou em produções como Anchieta, José do Brasil (1976), O Beijo no Asfalto (1981), Ópera do Malandro (1985) e Carlota Joaquina - Princesa do Brazil (1995).
Filmes da noite
Além da homenagem ao ator Ney Latorraca, dois filmes foram exibidos na mostra competitiva de longas brasileiros: O Avental Rosa, de Jayme Monjardim, que conta a história de Alice (Cyria Coentro), uma mulher solitária que cuida de pacientes terminais; por fim, A Cidade dos Piratas, de Otto Guerra. Originalmente, a animação adaptaria os quadrinhos Piratas do Tietê, do Laerte. Porém, o projeto levou mais de 20 anos para ser finalizado e acabou sofrendo modificações ao longo do caminho