O filme Aquarius, de Kleber Mendonça Filho, levou cerca de 54 mil pessoas ao cinema em seus primeiros quatro dias de exibição. Em cartaz desde quinta, o longa já arrecadou R$ 880.150 e converteu-se na segunda maior abertura de nacional do ano, atrás somente de Os dez mandamentos.
O som ao redor, primeiro longa de Kleber Mendonça Filho, em comparação, teve um total de 94 mil espectadores em todo o seu tempo de exibição – menos do que a metade dos 54 mil dos quatro dias de Aquarius.
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Inicialmente proibido até 18 anos e, depois, com censura reduzida para 16 anos, Aquarius entrou em cartaz em 89 salas do país. Nos quatro primeiros dias, teve média de 600 pagantes por sala, ficando à frente das bombásticas comédias blockbusters. O único filme brasileiro que supera o longa de Kleber Mendonça Filho é Os dez mandamentos, sobre o qual pesa a suspeita de que foi um êxito fraudado. Na época do lançamento do épico bíblico, a reportagem do jornal O Estado de S. Paulo visitou diversas salas de São Paulo que deveriam estar teoricamente cheias – o borderô indicava bilheterias esgotadas –, mas que, na realidade, estavam vazias, ou quase.
Em várias captais têm havido manifestações de repúdio ao governo efetivado, com gritos de "Fora, Temer" após as sessões de Aquarius.
Desde o protesto da equipe em Cannes, o filme de Kleber Mendonça estrelado por Sonia Braga ficou associado aos movimentos contra o impeachment de Dilma Roussef. A questão política rendeu apoio de certos grupos, mas gerou boicote de setores mais radicalmente contra a ex-presidente.
A distribuidora é a Vitrine, de Sílvia Cruz, publicamente elogiada em Gramado por Kleber e pelo produtor Rodrigo Teixeira como a melhor independente do Brasil.
*Com Estadão Conteúdo