Um clima de festa tomou conta, principalmente, da região central de Porto Alegre no último sábado (20). Em sua 7ª edição, a Noite dos Museus reuniu cerca de 185 mil pessoas, segundo relatórios da Brigada Militar e das instituições participantes. Para a organização do evento, o balanço deste ano é positivo, embora se reconheça a necessidade de ajustes para o ano que vem.
Boa parte dos 16 espaços culturais participantes estavam localizados pelo Centro, que acabou concentrando milhares de pessoas ao redor da Praça da Alfândega — por ali, entre outras atrações musicais, houve apresentação surpresa da cantora mexicana Julieta Venegas, que só foi divulgada na tarde de sábado — e da Avenida Sepúlveda (que contou com outro palco). Rodrigo Nascimento, CEO da Rompecabezas, agência idealizadora da Noite dos Museus, pontua que percebeu uma descentralização maior este ano no fluxo de pessoas que circulavam pelos diferentes espaços do evento.
No entanto, um problema já visto nas edições anteriores voltou a se repetir: filas. Conforme atestou a reportagem de GZH, algumas pessoas aguardaram mais de três horas para visitar o Palácio Piratini, por exemplo, único local da programação que não exigia agendamento prévio. Conforme a organização do evento, foi necessário encerrar a fila para garantir o acesso do público que já estava aguardando. O tempo de espera também se estendeu para a entrada outras instituições.
Nascimento reconheceu o problema. Neste ano, houve a possibilidade do público realizar agendamento prévio da visitação utilizando a plataforma digital da Sympla. No entanto, segundo Nascimento, o sistema de ingressos não se mostrou tão eficiente como a organização avaliou que seria.
O controle de acesso era feito por ordem de chegada, e as pessoas que tinham ingresso eram liberadas como prioritárias. Quem não tinha ingresso, porém, entrava à medida que a capacidade permitia. Contudo, a organização estima que 80% das pessoas que fizeram a reserva pelo site não compareceram.
O comportamento das pessoas este ano me deixou muito feliz. Vem se consolidando como um dos principais eventos culturais do RS e do Brasil.
RODRIGO NASCIMENTO
CEO da Rompecabezas, agência idealizadora da Noite dos Museus
— Fila é uma coisa que acho que a gente sempre vai ter — diz Nascimento. — Mas temos que pensar em outras formas de acesso para que todo mundo consiga visitar. Como a gente cria um fluxo mais tranquilo, para que as pessoas não fiquem tanto tempo na fila. Vamos ter que estudar novas formas de acesso e como vamos trabalhar ano que vem.
Aliás, para a próxima edição, o CEO da Rompecabezas prevê algumas mudanças — em especial, na essência da Noite dos Museus:
— Vimos que estamos precisando renovar um pouco a questão do propósito, a partir de entender que os espaços estão precisando de mais atenção. Temos algumas tarefas de casa para avaliar desta edição e, a partir disso, implementar melhorias e formatos diferentes.
Por outro Lado, Nascimento sublinha os momentos positivos na 7ª edição do evento. Entre a programação — que previa uma série de shows, performances e atividades que incluíam artes visuais, música, dança, teatro, cinema e literatura —, a presença de Julieta Venegas foi um dos pontos altos. Segundo o empresário, a ideia é começar a promover mais intercâmbios de atrações nacionais e internacionais com a produção artística local, que sempre deverá ser valorizada na Noite dos Museus. A ideia é que essa troca seja uma forma de fomento ao cenário cultural da cidade.
Nascimento acrescenta ainda que o público tem entendido o propósito do evento, consolidando-se em um momento em que a cidade é abraçada com arte e cultura.
— Não é um espaço físico que determina como temos que pensar. Temos que olhar para a arte e sentir como ela é — destaca. — O comportamento das pessoas este ano me deixou muito feliz. Vem se consolidando como um dos principais eventos culturais do RS e do Brasil. Mobilizamos quase 200 mil pessoas em cinco horas… é muita coisa, mesmo.