As mudanças impostas pelo novo decreto estadual, publicado na segunda-feira (30), atingiram de maneira sensível os museus da Capital. De acordo com a determinação, os espaços podem funcionar com somente 25% de público e 50% de seu quadro de trabalhadores em regiões classificadas com bandeira vermelha. Grupos de apenas seis pessoas podem fazer visitações, mediante agendamento prévio.
No caso de espaços administrados pela prefeitura, a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal da Cultura informou que eles seguem as determinações de decretos municipais. "Tudo segue conforme decreto municipal, por enquanto", frisou a comunicação. Sendo assim, locais como a Biblioteca J. Guimarães (que funciona mediante agendamento prévio) e o Museu de Porto Alegre Joaquim Felizardo (com duas pessoas visitando cada exposição, simultaneamente) mantêm a mesma programação.
Já os espaços culturais geridos pela Secretaria Estadual de Cultura (Sedac) seguirão o modelo divulgado pelo decreto do Piratini. Abertos recentemente, o Memorial do RS, o Museu Julio de Castilhos e MuseCom operam seguindo os 25% de lotação máxima. As instituições da Sedac localizadas no interior, como o Museu Histórico Farroupilha (Piratini), Museu do Carvão (Arroio dos Ratos) e Parque Bento (Cristal), estão abertos para visitação mediante agendamento prévio.
Outros dois locais administrados pela Sedac não estão abertos ao público. A Casa de Cultura Mario Quintana segue fechada até a conclusão das obras do Plano de Prevenção e Proteção contra Incêndio (PPCI), que devem se estender até o fim de dezembro. O Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs), na verdade, fecha as portas nesta semana por uma coincidência de percurso. Em comunicado oficial, publicado nesta terça-feira (1º), o museu informou que estará temporariamente fechado até março de 2021 para receber a reforma do sistema de climatização nos espaços expositivos.
Desde o último fim de semana, ocorre o desmonte das três exposições que estavam no local durante a reabertura e a preparação para o início das reformas, que incluem também a restauração da parte superior do prédio histórico e a adequação ao PPCI.
— O melhor foi fechar as portas agora, e torcendo para que haja a vacina em março, com a chance de retomarmos tudo também em um panorama melhor. Com o Margs fechado, vai minimizar o transtorno dentro do espaço e diminui o tempo dele fechado — garante Francisco Dalcol, diretor-curador do espaço.
Espaços privados
Os museus e espaços culturais geridos pela iniciativa privada, por sua vez, devem seguir os protocolos estipulados pelo governo do Estado. Emilio Kalil, superintendente da Fundação Iberê Camargo, acredita que é preciso "cumprir as determinações das autoridades" e que o espaço segue aberto. Atualmente, o museu recebe a entrada de visitantes em grupos de 15 pessoas por hora, entre 14h e 18h, mediante marcação prévia pela plataforma Sympla. Haverá apenas a redução estipulada pelo Piratini.
— É uma situação mundial delicada, o coronavírus é no mundo todo. Se não aprendemos com o entorno, não vamos aprender nunca. A gente tem de cumprir, porque essas decisões têm base científica, médica, então o alerta mundial está sendo replicado saudavelmente — reforça Kalil.
Procurado por GZH, o Farol Santander disse que a partir desta terça passou a funcionar com 25% da capacidade de público, seguindo a determinação. Em nota, a Prana Filmes, responsável pela organização do Cine Farol Santander, que realiza sessões de filmes no local, anunciou que interrompeu temporariamente suas atividades presenciais. "Seguiremos sempre pautados pelos decretos estaduais e municipais e assim que for publicado um novo decreto com as flexibilizações que permitam a reabertura da sala anunciaremos o retorno das atividades presenciais. Durante esse período, seguiremos normalmente com nossa programação online, que viemos realizando desde maio com excelente retorno do público", diz a nota.