Após uma batalha judicial de dois anos, o anônimo Banksy, um dos artistas de rua mais famosos do mundo, perdeu os direitos autorais do mural Flower Thrower por se recusar a revelar sua identidade. A decisão do Escritório de Propriedade Intelectual da União Europeia (EUIPO) afirma que Banksy havia feito o grafite na propriedade de outras pessoas, à disposição para uso, e que nada poderia garantir sua verdadeira identidade.
O artista havia pedido o registro de marca na União Europeia para a peça, pintada em Jerusalém seis anos atrás, mas isso foi contestado pela empresa de cartões Full Collor Black, que argumentou poder usar as criações do autor, já que ele não revelava sua identidade. A empresa ainda afirmou que Banksy já declarou diversas vezes seu desprezo por direitos autorais, tendo agido de má fé ao abrir uma loja, no ano passado, em Londres, como forma de afirmar sua propriedade das obras.
Em seu livro de 2006, Wall and Piece, Banksy convidou os leitores a baixar suas obras por "diversão e ativismo" em vez de lucro, prometendo nunca comercializá-las. Em outra ocasião, ele chegou a afirmar que "direitos autorais são para perdedores". No entanto, devido ao processo envolvendo Flower Thrower, o artista abriu sua loja "com o único propósito de preencher categorias de marcas registradas".
Na decisão, os juízes disseram que as intenções de Banksy de contornar a Lei em vez de comercializar seus bens eram desonestas: "Banksy optou por permanecer anônimo e, na maioria das vezes, pintar grafite na propriedade de outras pessoas sem sua permissão, em vez de pintá-lo em telas ou em sua própria propriedade. Ele também optou por ser muito vocal em relação ao seu desdém pelos direitos de propriedade intelectual". A decisão pode abrir um precedente para outras criações do artista de rua.