O curador da exposição Queermuseu, Gaudêncio Fidélis, notificou extrajudicialmente o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB-RJ), por um vídeo divulgado há duas semanas, em que o político critica a mostra e afasta a possibilidade de recebê-la na capital fluminense.
No texto, Fidelis pede "explicações ao prefeito sobre suas declarações, nota esta que servirá igualmente para adverti-lo da proibição de censura prévia e da falsidade de suas acusações". No vídeo, Crivella diz que a exposição não será recebida no MAR (Museu de Arte do Rio), "só se for no fundo do mar". "Não é legal estimular uma criança a tocar em um homem nu em 'nome da arte'", diz a legenda do vídeo, referindo-se a outra performance, distinta da Queermuseu.
O texto da notificação cita também a entrevista do prefeito à rádio CBN, em que ele disse que "a população do Rio é soberana e não tem o menor interesse em exposições que promovam zoofilia e pedofilia. Já conversei com a nossa secretária (de Cultura, Nilcemar Nogueira) e não tem a menor chance".
Conduzida por um escritório de advogados do Rio de Janeiro, a notificação termina afirmando "que a declaração do prefeito não corresponde à verdade dos fatos e caracteriza-se como calúnia e difamação, aparentemente com motivações obscuras ou eleitoreiras".