Na sexta feira (5), às 20h, na Hebraica Bom Fim (Rua General João Telles, 508 - Porto Alegre), haverá uma palestra e uma sessão de autógrafos com os autores do livro Krav Maga – O Legado de Imi Lichtenfeld (Editora Pró Consciência, 452 páginas, R$109), são eles: o grão-mestre Kobi Lichtenstein e sua esposa Sandra – companheira nas ações da Federação Sul Americana de Krav Maga.
“Ficamos honrados em compartilhar a filosofia que nasceu da essência de um humanista que se tornou cidadão do mundo por seu legado”, afirma Kobi.
O krav maga é um sistema de combate corpo a corpo, que envolve técnicas de luta, torções, defesa pessoal contra armas, bastões, facas e golpeamentos. Kobi Lichtenstein é a maior autoridade do krav maga na América Latina.
O humanista ao qual Kobi se referiu é o criador dessa modalidade defensiva: Imi Lichtenfeld (1910-1998). Nascido no dia 26 de maio de 1910, em Budapeste, Imi é filho de um detetive do serviço secreto, que também era instrutor de defesa pessoal e técnicas de imobilização da polícia secreta. Incentivado por seu pai, ele começou a praticar várias modalidades esportivas, como luta livre greco-romana e boxe. Entre os anos 1936 e 1940, Imi tornou-se líder de um grupo de resistência, que lutava contra os grupos fascistas. Em 1940, ele conseguiu escapar da guerra em Bratislava, na Eslováquia, e partiu rumo a Israel em uma odisseia de dois anos.
Imi lutou no Oriente Médio, em combates na Líbia, Síria, Líbano e Egito, junto às brigadas judaicas, ao lado do exército britânico. Em 1942, recebeu licença para entrar em Israel, onde se tornou responsável pela preparação física e combate corpo a corpo da Haganá (um dos grupos que lutavam pela proteção da comunidade local e pela independência de país). Nesse processo, nasceu o krav maga.
Com a criação do Estado de Israel, em 1948, Imi se alistou no Tzahal (Forças de Defesa de Israel), tornando-se o instrutor-chefe de preparo físico e krav maga. Suas técnicas foram testadas, avaliadas e, então, adotadas como a única filosofia de defesa do país. O krav maga passou a ser um caminho de vida, que traz soluções para qualquer tipo de violência – seja ela armada ou não; contra um ou vários agressores e, até mesmo, a ataques terroristas e situações com reféns. A partir de 1964, o krav maga foi liberado para ser difundido além do mundo militar e Imi passou a dar aulas em duas academias: uma em Netanya e outra em Tel Aviv. Ele morreu no dia 9 de janeiro de 1998.
Kobi Lichtenstein foi aluno direto de Imi Lichtenfeld e seu primeiro faixa-preta designado a difundir o krav maga fora de Israel. Chegou ao Brasil em janeiro de 1990, onde iniciou o trabalho que hoje tem reconhecimento mundial por preservar a obra de Imi da forma como foi criada.
Após 15 anos de pesquisas e de coleta de relatos das pessoas que conviveram com Imi, a obra traz o contexto político e histórico em que nasceu e cresceu o criador do krav maga.
“Diferente dos livros anteriores que escrevi, este traz muito mais do que informação. Hoje, com mais de 50 anos de vivência em krav maga, acredito que escrever esta obra, em parceria com a Sandra, tornou-se um marco para nós e para a história que construímos por meio da Federação Sul Americana, que garante a ética e a qualidade do krav maga”, afirma o grão-mestre Kobi.