Talvez alguém ainda lembre... Muito antes da Xuxa para os “baixinhos”, havia Xuxá, uma revista juvenil publicada pela Casa Editora Vecchi Ltda – Rua do Resende, Rio de Janeiro.
O nosso leitor Paulo Sérgio Lontra, 80 anos, ainda guarda um exemplar em seu poder. Xuxá, São Jorge e o Dragão, número 42, com 36 páginas, ao preço de Cr$1,00, foi para as bancas em 22 de agosto de 1951. O formato, bem horizontal, com capa colorida, em tiras (em preto e branco), no tamanho de 8cm x 16cm, é curioso e difere bastante dos gibis daquela época.
Na capa interna e na contracapa, vinham passatempos como labirintos, palavras cruzadas e piadinhas. Xuxá, Tininha e Tigrinho são alguns dos personagens. O diretor responsável pela revistinha era Delman Bonatto. A história não termina.
No último quadrinho, diz: “Tristes momentos aguardam Tigrinho quando souber que tragédia ele causou involuntariamente com sua leviandade! Novas e dramáticas aventuras serão a consequência desta situação em que os garotos estão envolvidos! Leiam o próximo álbum, cujo título é: As Jóias Malditas, que será publicado daqui a uma semana”.
Segundo o site Guia dos Quadrinhos, editado por Amilton José de Oliveira, Antônio Luiz Ribeiro e Edson Diogo, Sciuscià (Xuxá) foi criado pelo editor italiano Tristano Torelli e pela escritora Giana Anguissola, em 22 de janeiro de 1949. Ferdinando Tacconi desenhou os primeiros fascículos da série.
O nome do personagem foi retirado de um filme de Vittorio de Sica, datado de 1947, intitulado Sciuscià. Como no filme, o jovem é um engraxate que terá o nome formado pela deformação do som da palavra shoe-shine.
Na versão brasileira, Xuxá é “o corajoso mocinho paulista”, enquanto sua amiga Tininha é “a atraente garota carioca”. A série foi até setembro de 1958, ano em que o herói casa-se com Tininha.