Desde 1914, a Avenida Farrapos existia como proposta, pois estava inserida no contexto de mudanças ocorridas em Porto Alegre que tinham por objetivo modernizar a cidade, adaptando-a às novas exigências.
A construção da avenida teve início em fevereiro de 1939. Ela foi inaugurada em 14 de novembro de 1940, durante a gestão do prefeito José Loureiro da Silva, na mesma data das comemorações do bicentenário da cidade, que era celebrado na época. Foi um evento de grande repercussão, contando com a presença do então presidente da República, Getúlio Vargas.
Antes da abertura da Avenida Farrapos, o trecho de um quilômetro e cem metros entre as ruas Félix da Cunha e Arabutã chamava-se Avenida Minas Gerais, que desapareceu para dar lugar à nova avenida. A Avenida Farrapos se estende por cinco quilômetros e meio, do Aeroporto Internacional Salgado Filho, na Avenida dos Estados, até o túnel da Conceição. Com 30 metros de largura total, ela foi dividida inicialmente em três faixas de rodagem. A faixa central era pavimentada por concreto, com largura de 12 metros; as duas laterais eram de paralelepípedos, com cinco metros e meio cada.
Atualmente, possui um corredor central de ônibus. Ela atravessa três bairros: Floresta, São Geraldo e Navegantes. A vegetação ao longo da via é escassa, existe apenas em alguns canteiros e nas praças que estão às suas margens. Uma das principais radiais da cidade, ela liga o Centro à Zona Norte e à BR-116.
Antes da inauguração do Autódromo de Tarumã, em 1970, a Avenida Farrapos chegou a ser usada como pista de corrida e foi cenário do Grande Prêmio Cidade de Porto Alegre, em 1952, quando Julio Andreatta foi campeão. Por volta de 1975, o prefeito Telmo Thompson Flores determinou que os paralelepípedos da avenida fossem substituídos por concreto. Ali, em 1980, foi implantado o primeiro corredor de ônibus da cidade, durante a administração de Guilherme Socias Villela. Após 2002, a prefeitura iniciou o plantio de palmeiras ao longo do canteiro central, e algumas floreiras foram instaladas junto às paradas de ônibus.
Apesar de sua importância e do patrimônio arquitetônico que nela se encontra, a Avenida Farrapos não recebe a atenção que merece, visto que aquela área da cidade sofre um processo de degradação. Há pelo menos 30 anos, era glamouroso morar na Avenida Farrapos. Com o passar do tempo, com a chegada dos corredores de ônibus, da prostituição e da violência e com o esvaziamento do comércio local, a classe média que ali morava mudou-se para outras áreas da cidade. O barulho, a poluição e a falta de manutenção dos edifícios degradam o expressivo conjunto arquitetônico art déco erguido ao longo da avenida.
Fonte: Porto Alegre Guia Histórico, de Sérgio da Costa Franco