Proveniente de Pelotas, onde morava, o general Osório chegou a Porto Alegre em 30 de julho de 1871 (147 anos atrás), a bordo do vapor Guahyba, enviado para buscá-lo pela comissão encarregada dos festejos. Aproximando-se do porto, o Guahyba foi acompanhado por barcos embandeirados e recebido no cais por mais de 6 mil pessoas, que ovacionavam o general.
Osório veio à Capital para receber a homenagem que lhe prestariam seus companheiros de lutas na Guerra da Tríplice Aliança. O exército imperial promoveu uma subscrição para mandar fazer uma espada de honra para ser doada a Osório. O coronel Manoel Deodoro da Fonseca foi incumbido de coordenar a confecção da espada, elaborada artesanalmente pelo ourives Manoel Joaquim Valentim.
Mais do que uma espada, era uma joia de ouro, cravejada com 109 brilhantes, com desenhos em relevo, de Facchinetti, Victor Meirelles e Pedro Américo. Custou 20 contos de réis e possuía as inscrições “O Exército ao bravo Osório”, “Campanha do Paraguai” e “Passo da Pátria, Tuiuti, Humaitá e Avaí”. A recepção após o desembarque deu-se no mesmo local em que está colocada a bela e imponente estátua equestre do herói, na Praça da Alfândega. Uma multidão delirante aclamou o mais querido dos muitos heróis daquela guerra. Osório era um gaúcho nascido em Nossa Senhora da Conceição do Arroio, hoje município de Osório.
Soldado desde os 15 anos de idade, ele foi partícipe das campanhas pela definição de nossa fronteira e da soberania no meridião do Brasil. Galgou todos os postos por bravura. Maior do que sua coragem eram a liderança inata, o despojamento e o respeito pelos vencidos. Após variada programação cívico-religiosa, em 6 de agosto de 1871, ocorreu a solenidade de entrega da espada ao general Osório, no Campo da Várzea, onde foi construído um pavilhão para a cerimônia. No domingo ensolarado e de céu claro, às 15h, acompanhado por várias autoridades, Osório saiu da casa do cunhado e, a cavalo, percorreu as ruas repletas de gente, que jogava flores à sua passagem.
No Campo da Várzea, esperavam por ele quase 8 mil pessoas. Após serem prestadas as honras militares de estilo, o coronel Deodoro da Fonseca, um dos que constantemente estiveram ao seu lado nos campos de batalha, entregou-lhe a espada de honra, custeada pelos militares que Osório comandara na guerra.
Ao agradecer, Osório disse que a recebia pelos serviços que havia prestado à pátria, à aliança e à liberdade na América. Finalizando, afirmou que suas vitórias foram conquistadas devido ao patriotismo e à bravura dos soldados que comandara.
Colaboração do coronel Pedro Paulo Cantalice Estigarríbia