Segundo Sérgio da Costa Franco, em seu livro Porto Alegre – Guia Histórico, as preocupações oficiais em construir um cais na Capital datam de 1833, quando a Câmara Municipal aprovou e encaminhou à consideração do presidente da Província a proposição de que da Ponta do Arsenal se tirasse uma linha reta ao Caminho Novo para que os terrenos fossem distribuídos entre aqueles que se dispusessem a fazer aterros e ajudar a construir o cais.
A ideia não prosperou.
Por volta de 1900, havia ali mais de 30 trapiches, particulares e públicos, algumas rampas de atracação e pequenas docas junto ao Mercado e à Alfândega. Tudo muito desorganizado e sujo. Só entre 1911 e 1913 surgiu o primeiro trecho paralelo ao litoral da Praça da Alfândega e do Portão Geral.
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Em 1921, no governo Borges de Medeiros, ficaram prontos 490 metros de cais. Quando ele deixou o poder, em 1927, o cais já tinha 1.652 metros, com 10 armazéns e 22 guindastes elétricos.
O conjunto foi construído em etapas. O pórtico central e os armazéns A e B são do período entre 1919 e 1922, os demais armazéns datam de 1917 a 1927 e o prédio do DEPRC surgiu apenas em 1947. Em 1951, face a importância que passou a adquirir o complexo hidroportuário rio-grandense, o governo do Rio Grande do Sul criou o Departamento Estadual de Portos, Rios e Canais – DEPRC, autarquia estadual responsável pela administração e exploração dos portos de Porto Alegre, Pelotas e Rio Grande e pela manutenção das hidrovias navegáveis integrantes da Bacia do Sudeste.
As fotos da coluna são do fotógrafo José Abraham, que foi funcionário dessa autarquia. Elas mostram o Cais Mauá, em 1957, num momento de efervescente movimentação, com a presença de grandes navios. Sim, nosso porto já foi muito ativo e animado.
Nessa época, a segurança ficava por conta da guarda portuária da foto, em formação diante do prédio do DEPRC. Em 1998, foi criada a SPH, Superintendência de Portos e Hidrovias. Atualmente, o sistema hidroportuário gaúcho é administrado pela SUPRG, a Superintendência do Porto do Rio Grande.
Colaborou Alfonso Abraham