Em 1972, transitou pela Câmara Municipal uma proposta que pretendia mudar a denominação do bairro Cavalhada para Dom Pedro I. O padre Ruben Neis (1925-2003), em pronunciamento na Câmara e em artigos na imprensa, manifestou-se contra a mudança e obteve sucesso.
O Partenon, entretanto, não teve a mesma sorte. Do local em que sua denominação foi utilizada pela Sociedade Parthenon Literário, na década de 1870, foi expurgado. A Lei Municipal número 2.022, de 1959, que oficializou praticamente todos os bairros porto-alegrenses, criou o bairro Santo Antônio, justo no local em que fora implantado o arraial do Parthenon.
Este resultou de um loteamento promovido pela referida associação, onde pretendia erigir a sua sede, segundo modelo grego. O projeto não foi além dos alicerces. O templo católico, que não estava nos planos da sociedade, entretanto, na década de 1880, já estava de pé.
O arraial estava dentro do quadrilátero, segundo os nomes atuais: Avenida Bento Gonçalves, Rua Luiz de Camões (trecho sul), Rua Padre Antônio Vieira, prolongamento leste da Rua Doutor Malheiros e fundos dos terrenos da Rua Humberto de Campos. Assim, nasceu o Partenon, que inclusive colaborou para a denominação do templo católico: Capela, depois Igreja Santo Antônio do Partenon.
A citada Lei número 2.022/59 mutilou ainda mais o Partenon. A superfície deste arrabalde estendeu-se sobretudo em função do bonde, ampliando sobremodo o território do arraial. Faziam parte desse a Rua Teixeira de Freitas e seu lado oeste e a Rua Doutor Malheiros. Alongou-se, com o tempo, o Partenon, indo até as divisas com Viamão. Em 1976, a Lei Municipal número 4.166, de 1976, criou o bairro Agronomia, subtraindo grande área das terras originais do Partenon. Alargava-se até a Cefer II e Ipê I, por causa do ônibus que circulava, e circula, pela Avenida Bento Gonçalves.
A criação pela Lei número 2.022/59 dos bairros São José, Vila João Pessoa e Coronel Aparício Borges levou largas fatias do território original do Partenon. Até hoje, porém, os moradores desses bairros dizem morar no Partenon. Do outro lado, mais para o Centro, a criação do bairro Santana também subtraiu boa parte do território partenoense.
Do lado sul do Partenon, fica a Glória. Este arrabalde também foi mutilado. A Medianeira foi o primeiro bairro oficial de Porto Alegre, graças à Lei Municipal número 1.762, de 1957. A área principal deste bairro resultou de uma subtração de parte da superfície original da Glória. A Rua Coronel Neves chamava-se anteriormente Avenida da Glória, antes Atalho da Glória. A família Nunes, cujo filho Luiz da Silveira Nunes fundou o arraial da Glória, incluída a Capela da Glória, morava num sobrado na atual Rua Gomes Carneiro. O bairro Cascata, criado pela Lei Municipal número 2.681, de 1963, também tomou pedaço significativo da Glória.
De Teresópolis, o bairro Nonoai tomou um bom espaço. A denominação alterada no bairro Teresópolis que, porém, mais se destaca refere-se a sua praça, que se chamou, inclusive oficialmente, Praça Dona Maria Luiza. Esse nome tem a ver com a família que doou o terreno da praça e da igreja. Em 1938, o governo municipal, sem mais, mudou o nome para Guia Lopes, sem qualquer relação com a região, nem com Porto Alegre. O maior trecho da Avenida Belém – que vem desde os primórdios de Porto Alegre – também teve alterada sua denominação para Engenheiro Ludolfo Boehl. Este engenheiro muito batalhou, como vereador, por Teresópolis, e também pela Glória. Poderiam, entretanto, ter localizado outro logradouro para colocar o seu nome.
Colaborou Cyro Martini, ex-vereador