O infográfico mostra a evolução dos arranha-céus em Porto Alegre. Ele foi publicado numa reportagem de 2006 de Zero Hora, do colega Itamar Melo, sobre a verticalização da Capital. É sempre curioso lembrar que o prédio mais alto da cidade, em 1856, já foi o famoso Edifício Malakoff, com seus impressionantes quatro pavimentos. Depois, veio o Grande Hotel, em 1918, com sete pisos. Mais tarde, em 1931, o prédio do Cine Imperial, na Praça da Alfândega, teve 12 andares. Em 1949, foi construído o Sulacap, com 17 andares, e, finalmente, o imponente Edifício Santa Cruz, erguido entre o final da década de 1950 e início dos anos 1960, que se mantém, até hoje, como o mais alto da cidade, afinal ele tem 107 metros de altura e 32 pavimentos.
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Entre o primeiro projeto, aprovado em 27 de junho de 1956, e a conclusão da obra, em 1965, passaram-se quase 10 anos. Por iniciativa do Banco Agrícola Mercantil, em 1955, foi realizado um concurso fechado entre três escritórios de arquitetura. O projeto que acabou saindo vencedor foi o do arquiteto Carlos Alberto de Holanda Mendonça (1920-1956), um alagoano de família carioca, que há pouco havia montado, aqui, escritório próprio, depois de trabalhar junto à construtora Azevedo Bastian e Castilhos (ABC).
Formado, em 1946, pela Faculdade Nacional de Arquitetura, no Rio de Janeiro, ele viveu durante seus estudos sob a euforia da expansão da arquitetura da escola carioca e teve em seus mestres, principalmente Oscar Niemeyer, Lucio Costa e os irmãos Roberto (Marcelo, Milton e Maurício), suas maiores fontes de inspiração. Ao longo do ano de 1955, o arquiteto trabalhou incansavelmente no desenvolvimento desse projeto e promoveu as alterações do anteprojeto vencedor do concurso. Um mês depois de aprovado o projeto, Holanda Mendonça, aos 36 anos, morreu.
No início deste mesmo ano (1956), o arquiteto Jayme Luna dos Santos se associara ao escritório, assinando junto o projeto. Com o precoce falecimento de Holanda Mendonça, o planejamento da obra ficou a cargo de Luna dos Santos, que posteriormente trouxe para seu escritório o arquiteto Cyrillo Severo Crestani, que trabalharia no desenvolvimento do Santa Cruz.
Fonte: Edifício Santa Cruz: retrato de uma mudança, de Marcos Flávio Teitelroit Bueno