Os mais jovens, especialmente aqueles que estão se criando com acesso à internet, jamais conseguirão avaliar a importância que os Correios já tiveram, não com o transporte de mercadorias, mas como canal de comunicação. Quando eu era adolescente, e aqui a televisão recém iniciava as suas “transmissões”, era pelo rádio, e pelo correio, que chegavam as novidades. Nessa época, década de 1960, lá em casa, o carteiro trazia correspondência para todo mundo, menos para mim. Não preciso dizer que isso fazia com que eu me sentisse um ninguém. Até que, um dia, mandei um cupom, preenchido com meus dados, para o Instituto Universal Brasileiro. Passei a receber envelopes selados, com meu nome (que glória!!), oferecendo diversas alternativas de cursos, profissões, preços. O IUB e um outro, chamado Instituto Monitor (que ainda atuam), publicavam grandes anúncios em páginas inteiras (ou duplas) nas principais revistas do país e até em revistas de quadrinhos. Chamavam atenção os retratinhos 3x4 que ilustravam depoimentos de alunos (ou ex-alunos) mostrando satisfação e o sucesso alcançado. De acordo com reportagem de Camila Rodrigues para o UOL/Educação, esses cursos recebiam até mil cartas por dia, e agora são apenas 10. “Entre os pioneiros na oferta de cursos por correspondência no Brasil que sobrevivem às novas tecnologias de informação estão o Instituto Monitor, fundado em 1939, e o Instituto Universal Brasileiro, de 1941”, afirma a repórter. Como se pode ver, o ensino a distância mudou e se sofisticou, mas não é nenhuma novidade. Buscar qualificação profissional continua, como sempre, sendo a melhor forma de progredir na vida.
Educação
Ensino a distância, no Brasil, começou pelos Correios
O método EAD mudou e se sofisticou, mas não é nenhuma novidade
Ricardo Chaves
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