As festas de confraternização de fim de ano e o começo da temporada de férias do verão, momentos em que o contato social aumenta, representam riscos maiores de contaminação pela covid-19. A recomendação dos médicos é para que as pessoas se vacinem e atualizem as doses de reforço. Neste sábado (17), das 9h às 16h, a Unidade de Saúde IAPI (Rua Três de Abril, 90), no bairro Passo d’Areia, está aberta e vacinando todos os públicos, inclusive bebês (a partir de seis meses) até menores de três anos (com comorbidades). Haverá aplicação de primeira, segunda, terceira e quarta doses.
— Temos 3,6 milhões de gaúchos que ainda não se vacinaram por completo nos esquemas de terceira e quarta doses. Isso fica mais forte se olharmos para os adolescentes, que são mais propensos a se contaminarem no contexto de festas e praias — alerta Ricardo Kuchenbecker, professor de epidemiologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e gerente de risco do Hospital de Clínicas de Porto Alegre.
Segundo o epidemiologista, o problema de contaminação se concentra especialmente entre os mais jovens.
— A cobertura vacinal na população jovem ainda é menor na comparação com a adulta. A ômicron e as suas subvariantes amplificaram as possibilidades das pessoas se infectarem. Com a diminuição do uso de máscaras, mais aglomerações, festas e Carnaval, esse processo sempre se potencializa — atesta.
Conforme o monitoramento da covid-19 do governo estadual, até o começo da tarde deste sábado, eram 112 casos confirmados de pacientes ocupando leitos adultos de unidades de terapia intensiva (UTIs) do Sistema Único de Saúde (SUS) e de hospitais privados. Também havia outros 34 casos suspeitos de contaminação para a doença ou outra síndrome respiratória aguda grave (SRAG). A ocupação de leitos do SUS por pacientes contaminados era de 86%.
— Mais do que nunca, quando estamos repensando o uso de máscaras em locais fechados, é fundamental que as pessoas completem o esquema vacinal — recomenda Kuchenbecker, citando que, em função da diminuição das testagens, não se sabe qual é o número exato de aumento de casos positivos.
A vacinação ainda é considerada a principal medida protetiva contra complicações e óbitos provocados pela doença do coronavírus. O chamado esquema primário, composto de duas doses, não é suficiente. O imunizante leva, em média, 15 dias para fazer efeito.
Dessa maneira, as vacinas devem ser sempre priorizadas e tomadas no período indicado, independentemente do calendário de eventos. Indivíduos mais vulneráveis, como imunossuprimidos, idosos, gestantes e aqueles com comorbidades, não podem descuidar nesse controle. Esses grupos também devem utilizar máscaras em situações de maior risco.
O Boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado nessa sexta-feira (16), indica para um aumento de casos de SRAG positivos para covid-19 entre a população adulta em Estados de todas as regiões do país, exceto no Rio de Janeiro e em São Paulo. O boletim, referente à semana epidemiológica de 4 a 10 de dezembro, mostra crescimento na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) e estabilidade a curto prazo (últimas três semanas). O boletim pode ser acessado aqui.
— O uso de máscaras adequadas no transporte público, locais fechados ou mal ventilados, e nas aglomerações é recomendado até que o cenário epidemiológico volte à situação de baixa circulação do Sars-CoV-2 — aconselha o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes.
Reforço
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a quarta dose está disponível para o público a partir dos 18 anos vacinado com a terceira dose há mais de quatro meses. Poderão ser utilizadas as vacinas Pfizer, Janssen ou Astrazeneca, independente da fabricante aplicada nas imunizações anteriores, para este público.
A prefeitura de Porto Alegre enumera as comorbidades elegíveis: diabetes mellitus, pneumopatias crônicas graves, hipertensão arterial (resistente, em estágio 3, ou estágios 1 e 2 com lesão em órgão-alvo), doenças cardiovasculares, neurológicas, renal crônica, indivíduos transplantados de órgão sólido ou de medula óssea, pessoas vivendo com o vírus do HIV, hemoglobinopatias, obesidade mórbida, Síndrome de Down e cirrose hepática. A listagem completa e as recomendações de documentos exigidos podem ser acessadas aqui.
Bebês e crianças com até três anos com comorbidades
Comorbidades ou condição de saúde: obesidade grave, pneumopatias crônicas graves, imunossupressão, hemoglobinopatia grave, doença cardiovascular, hipertensão arterial resistente, doença neurológica crônica, doença renal crônica, diabete mellitus, Síndrome de Down e cirrose hepática.
Confira as orientações para a vacinação das crianças
- Primeira dose: crianças a partir de três anos
- Segunda dose: crianças vacinadas com Coronavac/Butantan e Pfizer/BioNTech há pelo menos 28 dias e oito semanas, respectivamente
- Documentação necessária: documento de identidade do pai, mãe ou responsável legal e da criança. Os pais ou responsáveis legais devem estar presentes no momento da vacinação ou a pessoa que estiver acompanhando a criança deve apresentar autorização e carteira de vacinação
- Observação: no caso de crianças imunocomprometidas, é preciso apresentar comprovante da condição de saúde por meio de atestado médico, nota de alta hospitalar ou receita de medicação.
Confira as orientações para a vacinação dos adultos
- Primeira dose: pessoas com 12 anos ou mais
- Segunda dose: pessoas vacinadas com Pfizer/BioNTech, Oxford/AstraZeneca e Janssen há pelo menos oito semanas e com Coronavac/Butantan há 28 dias
- Terceira dose: pessoas a partir de 12 anos vacinadas há, pelo menos, quatro meses
- Quarta dose: pessoas a partir de 18 anos vacinados há, pelo menos, quatro meses
- Observação: pacientes imunocomprometidos a partir de 12 anos devem receber uma dose adicional dois meses após o esquema primário.