Dois casos suspeitos de infecção pela variante Delta do coronavírus (B.1.1.617.2), mais transmissível e identificada inicialmente na Índia, preocupam autoridades do Rio Grande do Sul e já impactam na organização da campanha de imunização contra a covid-19. Os pacientes são moradores de Gramado e de Santana do Livramento, estão em acompanhamento e tiveram seus contatos rastreados, testados e isolados.
As amostras de secreção dos dois exames coletados no RS foram enviadas pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro. Após avaliação mais minuciosa, uma resposta final é aguardada até a próxima sexta-feira (16).
Em entrevista à Rádio Gaúcha nesta segunda-feira (12), a secretária estadual de Saúde, Arita Bergmann, informou que uma avaliação técnica embasou a pactuação da pasta com o Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul (Cosems-RS) na busca de uma “resposta imune” à possível presença da cepa que mais inquieta especialistas de todo o mundo no momento. A antecipação da dose de reforço tem o objetivo de agilizar a imunização completa dos indivíduos.
O intervalo entre as doses dos imunizantes da Pfizer e de Oxford/AstraZeneca será reduzido de 12 para 10 semanas, e mais vacinas, que estão em estoque na Capital, serão enviadas ao Interior. Em relação à Pfizer, é preciso aguardar a chegada de um novo carregamento.
Os casos suspeitos da nova cepa foram descobertos em testagens de rotina no Cevs, que intensificou as análises. A maior parte das amostras positivas para coronavírus é testada também para variantes. Trata-se da primeira vez em que se desconfia da presença da Delta em território gaúcho.
A cepa predominante no Brasil é a Gama (P1), originária de Manaus (AM), que responde pela quase totalidade (mais de 99%) dos diagnósticos de covid-19.