Porto Alegre tem 339 pacientes aguardando vaga em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) nesta quinta-feira (18), 37 a menos do que no dia anterior. Do total, há 47 pessoas a espera de tratamento de alta complexidade em unidades de pronto atendimento (UPAs) e 292, nas emergências. A espera é explicada pela ocupação das UTIs que está em 114%, mesma taxa da quarta-feira (17).
O número atual de leitos operacionais de UTI é de 1.023, são 10 a mais do que a oferta do dia anterior. De acordo com o painel de monitoramento da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), parte desse aumento se deve à abertura de oito leitos no hospital Divina Providência. A quantidade de pacientes recebendo cuidados intensivos na Capital, tanto em leitos especializados como de retaguarda, é de 1.162.
Em duas semanas, do dia 4 ao dia 18 de março, o crescimento no número de internações em UTIs por coronavírus foi de 29% (veja no gráfico abaixo) e hoje há 825 doentes com diagnóstico confirmado para a doença em leitos de alta complexidade. Quanto aos índices de superlotação nos hospitais da Capital, 11 das 18 instituições monitoradas estão trabalhando com 100% de ocupação ou mais. No momento da consulta ao painel da SMS, às 15h, todas já haviam atualizados seus dados.
Perguntado sobre os impactos da existência de uma fila de espera, o médico infectologista Eduardo Sprinz, chefe de Infectologia do Hospital de Clínicas, afirma que as pessoas estão morrendo antes de terem a chance de receber cuidados de alta complexidade.
— Com essas filas, muitas pessoas não conseguem chegar às UTIs. Infelizmente morrem em casa, morrem nas UPAs ou dentro dos hospitais mesmo. Tanto em instituições públicas como privadas, vemos pessoas sem macas, sentadas em poltronas e recebendo oxigênio, todas elas com fome de ar. É algo muito ruim e que poderíamos ter evitado com o fornecimento de EPIs, estimulando o isolamento e se os representantes democraticamente eleitos tivessem dado o exemplo — afirma Eduardo.